Associa??o dos Cegos de Juiz de Fora
Entidade d? oportunidade e respeito a pessoas com defici?ncia
visual para promover reinser??o social
Colabora??o
02/08/07
"Em Juiz de Fora cego n?o pede esmola"
. ? este o lema
da Associa??o dos Cegos de Juiz de Fora que desde 1939 busca
a inclus?o dos cegos. As pessoas com algum tipo de defici?ncia visual aprendem a se locomover nas ruas da cidade, a usar banheiro, sala e
cozinha, a ler e escrever em braile, t?m consultas gratuitas com
oftalmologistas, aprendem a fazer artesanatos, cursar inform?tica
e tamb?m ganham apoio para fazer curso superior e ingressar no mercado de trabalho.
A maior conquista dos cegos ? a independ?ncia. Para o deficiente visual
Jos? Luiz Souza Silva uma oportunidade ?nica na vida. "A associa??o foi
essencial para mim, porque, gra?as ao trabalho dela, poderei ter uma profiss?o"
,
conta. Jos? j? faz sua monografia de conclus?o do curso de hist?ria, em uma Universidade
de Juiz de Fora e deve se formar em dezembro.
A realiza??o do sonho s? foi poss?vel gra?as a um projeto da entidade. As faculdades enviam os livros e textos para associa??o, que imprime todo material em braile, atrav?s de duas impressoras especiais, doadas para institui??o, cada uma no valor aproximado de R$ 26 mil. Quando isso n?o ? feito, professores volunt?rios gravam os livros ou textos em uma fita cassete e os alunos podem acompanhar as aulas atrav?s dela.

Atualmente, a Associa??o dos Cegos est? com dez pessoas com defici?ncia visual inseridas nesse projeto.
O n?mero s? n?o ? maior por dificuldades financeiras, mas, como explica o presidente da Institui??o, Lucas Diniz Chaves esse ? o foco
da Associa??o. "Eles s?o todos pessoas normais e merecem essa oportunidade.
Assim que estivermos com a situa??o financeira em dia, voltaremos boa parte
dos nossos recursos para essa ?rea. Eles t?m que se formar e passar em concurso
p?blico. Essa ? a melhor alternativa para se reinserirem no mercado"
,
destaca.
Outra oportunidade aparece atrav?s do projeto Vis?o no Esporte. A institui??o oferece treinamentos em atletismo (foto acima), goolball, dan?a e estimula??o para os cegos. Alguns desses atletas j? participaram das Corridas R?sticas de Juiz de Fora e j? at? faturaram suas medalhas.
Outras atividades
Para as aulas de Atividades de Vida Di?rias (AVD) n?o h? limites de vagas. Os interessados devem procurar a entidade e se inscrever para o curso que acontece em um cen?rio (foto acima) de sala, cozinha e banheiro montado dentro
da institui??o. "Esse ? o primeiro passo para torn?-los independentes. ?
nesse momento que eles aprendem a tomar banho sozinho, a fazer algo para comer e
a se virar dentro de casa"
, relata Lucas.
N?o h? limite de vagas tamb?m para as aulas de artesanato. J? para ser alfabetizado
no braile (foto acima, ? esquerda) e aprender a se locomover nas ruas da cidade, os interessados devem colocar o nome na lista. Isso acontece porque, ao contr?rio do AVD e artesanato,
as aulas s?o individuais e demandam mais professores. Mesmo assim, o servi?o ?
gratuito.
Al?m desses trabalhos oferecidos para toda a comunidade, a Associa??o tem um um dormit?rio masculino e um feminino, que abrigam 32 deficientes visuais. Segundo o presidente, se os recursos fossem maiores esse n?mero poderia subir para quase 60. O cegos que vivem na entidade, geralmente s?o de cidades menores que n?o oferecem estrutura, ou com alguma doen?a mental quando a fam?lia n?o tem condi?es de cuidar.
Para Carlos Alberto Pereira (foto acima), de 32 anos, uma chance de ganhar respeito e
ser feliz. "Para mim a Associa??o ? tudo. Aqui passei a ser respeitado,
conquistei diversos amigos, posso estudar. L? fora a discrimina??o ? muito
grande"
, destaca. At? uma banda ele montou. ? a banda Nova Vis?o, na qual ele
? vocalista e canta "muita m?sica sertaneja. J? tocamos em festa junina, na pra?a Ant?nio Carlos, fizemos v?rios shows"
, se alegra Carlos.


Eles t?m ainda assist?ncia m?dica e fonoaudi?loga, consultas oftalmol?gicas e ?culos gratuitos com os aparatos da Associa??o. Na sede da Institui??o h? uma cl?nica de olhos que faz 80% dos atendimentos atrav?s do SUS, as consultas particulares e por plano de sa?de s?o uma das formas de ter renda. Os que vivem no dormit?rio t?m prefer?ncia no atendimento. Mas toda comunidade faz consultas, no papel de preven??o ? cegueira tamb?m desenvolvido na Institui??o (confira v?deo acima).
H? tamb?m uma ?tica aberta ao p?blico na institui??o. Os pacientes que v?o a cl?nica (foto acima, ao centro) atrav?s do Sistema ?nico de Sa?de e n?o t?m condi?es de pagar pelos ?culos recebem arma??o gratuita. O espa?o tamb?m ? utilizado como fonte de renda da entidade.
Glaucoma
Poucos sabem, mas seguindo a linha de prevenir, a Associa??o dos Cegos de Juiz de Fora ? Centro de Refer?ncia de combate ao glaucoma. A doen?a que aumenta a press?o nos olhos pode causar a cegueira e n?o tem cura. A ?nica forma de evitar maiores problemas ? utilizar um col?rio que dura pouco mais de um m?s e chega a custar R$ 120.
Um tratamento caro e que, segundo Lucas, sai de gra?a atrav?s
da Associa??o. "Sendo centro de refer?ncia de glaucoma, recebemos do Minist?rio
da Sa?de, todos os meses, a quantidade de col?rio que for necess?ria para atender
a demanda em Juiz de Fora. Um ganho de extrema import?ncia para a cidade e que
poucas pessoas conhecem"
, completa.
O espa?o
Chegando na Associa??o voc? vai encontrar uma entrada pequena, voltada para um corredor comprido. O que quase ningu?m imagina ? que nessa sede h? seis andares no
pr?dio principal e outros quatro andares em um segundo pavimento. Al?m disso, nos
fundos uma piscina j? foi constru?da e uma pequena academia de gin?stica tamb?m
est? sendo implantada.
Todo o espa?o j? est? ocupado pelas atividades da Associa??o. O objetivo ? transferir a ?tica do segundo andar, para o t?rreo, em uma loja que tem porta para Avenida dos Andradas. "Assim damos mais visibilidade e podemos ter mais
renda, aumentando a venda de ?culos. E ainda ganhamos espa?o para ampliar os
trabalhos, quartos e aparelhos da nossa cl?nica"
, completa Lucas.
Localiza??o
A Associa??o do Cegos fica na Avenida dos Andradas, 455 e fica aberto de 8h ?s 17h. O telefone para informa?es ? (32) 3213-3000.*Thiago Werneck ? estudante de jornalismo da UFJF