Respeito e afeto são celebrados no Dia da AvóIntegração entre jovens e idosos traz troca de experiência e vivências, a fim de evitar a solidão e o distanciamento entre as pessoas

Pablo Cordeiro
*Colaboração
26/7/2010

Na manhã desta segunda-feira, 26 de julho, idosos e adolescentes celebraram o respeito e afeto entre as gerações. O encontro foi marcado por muita música, recados, carinho e, principalmente, sorrisos. Em comemoração ao Dia da Avó, o evento, realizado no Centro de Convivência do Idoso (CCI), programa desenvolvido pela Associação Municipal de Apoio Comunitário (Amac) em parceria com a Secretaria de Assistência Social (SAS), levantou conceitos contra o distanciamento e o preconceito entre o jovens e idosos.

As atividades de expressão corporal e troca de recados reuniu 20 idosos e 15 adolescentes da Casa do Pequeno Artista. Esta é a primeira vez que um evento de integração com este foco é realizado na Amac e, para a pedagoga do CCI, Helaine Simões Soares, o principal objetivo é quebrar o mito do envelhecimento. "O adolescente tem a visão de que o idoso sempre está na cadeira de balanço ou fazendo tricô. O idoso também pode ser independente, como qualquer outra pessoa", define.

Além do afeto e respeito mútuo, a pedagoga também ressalta  a prevenção da violência contra o idoso. "Estas atividades são decisivas para minimizar o isolamento social e garantir a saúde do corpo e da mente. Além de elevar a autoestima das pessoas." Há nove anos participando dos eventos para idosos na Amac, Ana Mary Rocha, aprovou a iniciativa e comentou ter aprendido muito com a troca de experiências entre as gerações. "Programas assim são necessários justamente para acabar com a solidão e distanciamento. Recomendo as atividades para todos os idosos", destaca.

Integração idosos e adolescentes

Para Edna Moraes Pinheiro (foto ao lado), a experiência foi fantástica e como recado para os jovens, desejou que todos tenham uma terceira idade - a "melhor idade", como ela mesma destaca - tão boa quanto a dela. "Tudo de bom. É uma boa experiência." Prova viva de que idoso é independente, Edna terminou as atividades e logo foi para casa terminar de preparar o almoço. "Moro sozinha e desde que vim para Juiz de Fora, frequento as atividades. É um grande divertimento. Na Amac não tem solidão. Recomendo."

Tão independente quanto Edna, Madalena Moda Soares, participa das atividades há 11 anos e garante a felicidade plena. "Não consigo praticar todas as atividades oferecidas por falta de tempo. Sou viúva e carioca, mas não penso em voltar para o Rio de Janeiro. Não tenho solidão. Meu divertimento é somente aqui."

Para a coordenadora executiva do atendimento à pessoa idosa, Lígia Loureiro, a confraternização entre as gerações é uma grande troca de saberes e experiência de vida. "Temos que integrar o idoso e o jovem para romper com o isolamento e motivar a socialização e a amizade." Segundo Lígia, cerca de 400 idosos participam das atividades físicas, culturais, educativas, psicossocial, de inclusão digital e alfabetização que a Amac oferece. Ao todo, são 4,3 mil idosos cadastrados no serviço e, para os interessados, a inscrição deve ser feita nos Centros Regionais de Assistência Social (Cras).

Jovens solidários

Para os jovens que participaram da ação, o sentimento recompensador é mútuo. Natália da Silva, de 15 anos, aprovou o evento, destacando a necessidade de mudança com relação à falta de paciência por parte dos adolescentes. "Meu recado é que as pessoas devem ter mais humildade umas com as outras." Luan Pedretti, de 12 anos, apoia a convivência com o idoso. "As pessoas mais velhas também gostam de alegria. Desejo que exista respeito e que todos tenham carinho com os idosos", destaca. 

Para Kenedy Marian, de 15 anos, o distanciamento é comum e o respeito deve estar sempre presente. "Às vezes não tem convivência ou contato. Eles precisam de alegria e querer bem", afirma. O Varal do Afeto, com os recados dos participantes do evento, está exposto no CCI. 

*Pablo Cordeiro é estudante do 10º período de Comunicação Social da UFJF