No Dia do Idoso, JF lança catálogo com 33 leis para a terceira idade

Município tem 70.288 idosos, o que representa 13,6% da população. Número está acima da média nacional

Jorge Júnior
Repórter
e Nathália Carvalho
*Colaboração
9/5/2012
dia municipal do idoso

Foi lançado na tarde desta quarta-feira, 9 de maio, Dia Municipal do Idoso, o catálogo de Leis dos Idosos. O documento, elaborado pela Comissão Especial dos Idosos, da Câmara Municipal de Juiz de Fora, composta pelos vereadores Isauro Calais (PMN), José Sóter Figuerôa Neto (PMDB), Ana das Graças Rossignoli (PDT) e José Tarcísio Furtado (PTC), além de 18 órgãos públicos e representantes da sociedade civil, conta com 33 leis e duas resoluções, em áreas como: transporte, educação, saúde, esporte, assistência social, acessibilidade, cultura e habilitação. "O catálogo é o resultado de um trabalho realizado desde o dia 19 de maio do ano passado. A ideia surgiu após uma observação sobre a população idosa do município", explica Calais.

De acordo com o vereador, o estudo foi feito pela comissão sobre todas as normas jurídicas aprovadas no Legislativo municipal, desde 1949, e voltadas para a terceira idade. "Dessas leis, seis estão em discussão, três estão com o texto sendo revisado, cinco serão revogadas e 30 estão sem problemas legais e serão mantidas", afirma. Ainda de acordo com Calais, a população juiz-forana acima de 60 anos é mais volumosa que a média nacional. "Temos 70.288 idosos, o que representa 13,6% da população. No Brasil, a margem de idosos é de 11,4% habitantes", acrescenta.

Para a presidente da Associação dos Aposentados e Pensionistas das Autarquias do Brasil, Dilva Porto, o catálogo é um avanço para a cidade. "Não só o catálogo, que funcionará como um estatuto para a terceira idade, mas a comissão de idosos e tantas outras conquistas que estamos conseguindo é fruto de muito trabalho e dedicação", afirma.

Dia do Idoso é marcado com eventos

Ainda nas comemorações, a cidade promoveu uma série de eventos ao longo desta quarta-feira. Durante a manhã, a Associação Municipal de Apoio Comunitário (Amac) convidou os idosos para participarem de atividades no Parque Halfeld, Centro, coordenado pela equipe de profissionais do Centro de Convivência do Idoso Dona Itália Franco (CCI). Além do evento, houve uma exposição de trabalhos confeccionados por idosos da oficina de artes do Centro de Convivência na sede da Secretaria Municipal de Assistência Social (SAS).

Ginástica, teatro, dança e música foram algumas das atrações do evento desta manhã, que reuniu cerca de 100 idosos. Além disso, foram fornecidas informações sobre os serviços existentes na cidade voltados para os idosos. Dentre os participantes das atividades, cerca de 30 fazem parte do projeto A Melhor Idade, criado há cerca de um ano pelo Instituto Metodista Granbery. Segundo professores do projeto, cerca de 70 idosos participam das atividades físicas, de lazer, das oficinas, leituras e cursos de inclusão digital oferecidos.

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Uma participante ativa tanto da Amac quanto de diversos projetos para idosos espalhados pela cidade é a dona Anésia da Silva, de 72 anos. "Em toda atividade que envolve idoso, estou dentro. Acho importante saber valorizar essa fase de nossas vidas", comenta a aposentada. Mas ela lembra que a situação do idoso em Juiz de Fora anda preocupante. "Está faltando respeito de algumas pessoas conosco, como por exemplo dentro dos ônibus, onde nossos direitos nem sempre são respeitados. Esses recentes casos de abuso, violência e assassinato contra pessoas idosas têm nos preocupado bastante".

Os casos citados por dona Anésia referem-se a crimes que abalaram a cidade, como a morte de Ana Esther Scheffer, de 79 anos, no dia 18 de abril. Ela foi asfixiada por vizinhos que assaltaram sua casa, fugindo com R$ 100 e bijuterias. Outra ocorrência foi registrada na última semana, quando uma senhora de 71 anos foi amordaçada e amarrada dentro de casa, na rua Halfeld, Centro. Os assaltantes levaram um aparelho televisor e R$ 3 mil. Um dos suspeitos é parente da vítima. Porém, apesar dos problemas recorrentes, a aposentada garante que o dia deve ser lembrado como uma comemoração à vida. "Estamos aqui para divulgar alegria e mostrar que ainda estamos ativos, participantes da sociedade. Tenho esperança de que a Delegacia especializada do idoso trará ainda mais benefícios para nós."

*Nathália Carvalho é estudante do 8º período de Comunicação Social da UFJF

Os textos são revisados por Mariana Benicá

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