Educação no trânsito pode começar na escola
Instituições de ensino de JF apostam em educar as
crianças para o trânsito desde o maternal
Colaboração
22/06/2007
Quem já não se irritou no trânsito pela falta de educação de algum pedestre ou motorista? Para amenizar a situação, garantir segurança das crianças e promover a cidadania, algumas escolas de Juiz de Fora apostam em educar os pequenos, cada vez mais cedo, para normas de conduta no trânsito que muitos adultos sequer têm conhecimento.
Ensinar as crianças à atravessar na faixa de pedestres e à respeitar as sinalizações
são os principais aprendizados. A professora Magda Torres (foto abaixo)
explica que no colégio
em que ela dá aula, desde o maternal até a oitava série, os alunos têm contato
direto com exemplos de educação no trânsito. "Temos um bimestre em que
ressaltamos esse tipo de atividade e, durante o ano, relembramos posturas e regras,
através de textos, músicas e atividades"
, explica.
A forma de tratar o assunto varia de acordo com a idade das crianças. Magda
conta que, desde os três anos, eles já podem aprender algumas noções. "A
gente trabalha nessa faixa etária com visualização das cores dos sinais e de
figuras. A criança que passa por aqui no primário, chega no ensino fundamental
já com a base formada sobre educação no trânsito"
, relata.
As crianças trabalham em projetos de teatralização e dramatização. Essas fórmulas são
utilizadas para envolver os alunos nos projetos.
"Nessa idade, eles se
dispersam muito fácil. Por isso, criamos historinhas, fazemos teatro para envovê-los
no assunto e formar uma base na cabeça deles de como agir quando vão
atravessar a rua, por exemplo"
, destaca Magda.
Segundo a professora, o ponto máximo do projeto é quando um guarda de
trânsito vai até a escola conversar com as crianças. "Essa parte é muito
bacana: o guarda leva as crianças para o pátio da escola e simula uma rua no
local. Lá ele brinca com as crianças criando várias situações hipotéticas
que podem acontecer no trânsito. Elas adoram e aprendem muito com isso"
,
observa.
Já para os "crescidinhos", o assunto começa a ficar mais sério. Poesias,
notícias de jornais, cartilhas, trabalhos e projetos são realizados e analisados
na escola. "Em todas essas etapas, o mais importante é promover o
respeito ao motorista e ao pedestre. Se você trabalhar com a criança, ela
vai se tornar um adulto mais educado"
, destaca Magda.
Em outra escola da cidade, as dificuldades na travessia dos alunos,
para entrar no Colégio, deram início a uma importante idéia:
o projeto monitores do trânsito.
A partir dessa novidade, o
diretor de ensino da escola, Rodrigo Mendonça, passou a dar
orientações sobre as normas do trânsito, em conjunto com agentes da Gettran.
Segundo Rodrigo, o objetivo é oferecer segurança aos alunos e promover a cidadania.
"Percebemos que muitas crianças atravessavam fora da faixa, correndo na rua, correndo
perigo de serem atropeladas. Por isso, idealizamos esse projeto. A partir dele,
fizemos trabalhos de conscientização e educação no trânsito. Em reunião com os
pais apresentamos o projeto e pedimos que eles também nos ajudassem
dando algumas dicas em casa"
, conta.
A campanha de conscientização no trânsito foi muito discutida com os alunos. O
resultado é que eles passaram a respeitar as normas de trânsito. Rodrigo explica
que depois do primeiro mês, as dicas e orientações de educação no trânsito passam
a ser mais esporádicas.
"A gente fez um campanha forte e, agora, voltamos
a tocar no assunto, quando percebemos que eles começam a relaxar e desrespeitar
as normas do trânsito. A questão é mais de cultura mesmo, só com o passar do
tempo é que essas crianças podem incorporar de vez essas orientações"
, destaca
Rodrigo.
Enquanto os alunos mais velhos recebem cartilhas e orientações dos agentes de
trânsito, a escola tem o objetivo de levar as crianças do primário a transitolândia. "Nosso projeto em educação no trânsito
ainda é embrionário. Estamos começando a entrar nessa área, para que nossos alunos
saíam daqui exercendo sua cidadania no trânsito da cidade"
, completa
Rodrigo.
*Thiago Werneck é estudante de Comunicação Social da Universidade Federal de Juiz de Fora