Carnavalescos garantem harmonia das escolas na avenida

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Carnavalescos garantem harmonia das escolas na avenida Com a chegada do Carnaval, profissionais correm contra o
tempo movidos pelo amor ? folia e ?s escolas de samba

Daniele Gruppi
Rep?rter
18/02/2009

As escolas de samba est?o na contagem regressiva para o in?cio do Carnaval. E para garantir o brilho e a alegria na avenida, os carnavalescos correm contra o tempo. Eles s?o os coordenadores dos desfiles e precisam garantir a harmonia da escola na Passarela do Samba. Cada detalhe esquecido por eles pode significar uma penalidade.

Para o carnavalesco Rafael Cond? (foto abaixo), estar ? frente do desfile de uma escola ? assumir uma enorme responsabilidade. "? preciso ser criativo e bom administrador. Ao mesmo tempo em que se cuida da produ??o de fantasias e carros aleg?ricos, ? preciso lidar com a parte financeira."

O carnavalesco come?ou o seu casamento com o Carnaval em 1996, quando catava cacos de vidro no barrac?o da Unidos do Ladeira, escola onde hoje trabalha. "Meu interesse em ter uma participa??o maior nas atividades do barrac?o era t?o grande, que fui aprender a fazer fantasia e, depois, a desenh?-la."

Em 2000, ele foi o figurinista da Real Grandeza, ano em que a escola foi a campe?. Em 2005, voltou para a Unidos do Ladeira, onde, em 2007, assumiu o cargo de carnavalesco, conquistando o vice-campeonato. O t?tulo de campe?o veio em 2008. E este ano, ele avisa: "Vamos ganhar de novo."

Apesar de o trabalho se intensificar com a chegada da folia, ele afirma que o carnavalesco n?o tem descanso. "Temos trabalho o ano inteiro. Logo que o carnaval acaba, come?amos a pensar no desfile do pr?ximo ano. ? preciso organizar com anteced?ncia."

Questionado sobre quantas horas por dia ele trabalha nas semanas que antecedem o Carnaval, ele sorri e responde que ainda n?o dormiu no barrac?o. J? o carnavalesco Waltencir Barbosa conta que s? tem dormido tr?s horas por dia.

Ele est? fazendo fantasias para o desfile de v?rias escolas de diferentes cidades, como Capim Branco, Nova Lima e Francisco de S?, em Minas Gerias, e Bras?lia, no Distrito Federal, para onde ele embarca nesta quinta-feira, dia 19 de fevereiro, para levar suas produ?es.

O que move esses dois profissionais que vivem em ritmo acelerado ? o amor ao Carnaval. E qual ? a escola de cora??o dos carnavalescos? Sem titubear, eles dizem que ? o Carnaval. "No ano em que estamos numa escola, a gente briga por ela. Mas se no seguinte outras escolas nos convidam para integrar a equipe ou se h? alguma diverg?ncia naquela em que estamos, acabamos mudando de escola. Este ano mesmo, sem sair o resultado do desfile, j? fui chamado para ingressar numa nova escola no pr?ximo ano ", conta Cond?.

Forma??o

N?o existe forma??o necess?ria para ser um carnavalesco. Entretanto, Barbosa diz que ? preciso estudar muito a cultura brasileira. "A escola pede para desenvolvermos um tema e precisamos de conhecimento para transform?-lo nos desfiles."

Cond? declara que ? necess?rio muita pesquisa, leitura e atualiza??o para conseguir o diferencial na avenida. Ele afirma que a dificuldade na produ??o do Carnaval 2009 est? sendo a de comprar materiais, devido ? crise financeira. "Est? faltando material importado no mercado como as plumas."

Mercado de trabalho

O mercado de trabalho para o carnavalesco ? basicamente dentro das escolas de samba. Para Cond?, trata-se de um ?rea competitiva e que oferece muitas oportunidades. "A cada ano, novos nomes surgem no cen?rio."

Barbosa afirma que o carnavalesco, al?m de trabalhar durante todo o ano, visando a organiza??o da escola de samba na avenida, realiza tamb?m outros eventos. "Fa?o festas em escolas infantis, eventos de folclore, dentre outros."

Tanto Cond? quanto Barbosa revelam ter vontade de trabalhar nas escolas do Rio de Janeiro. "Este ? o sonho de todo carnavalesco. ? uma oportunidade de ter mais visibilidade no seu trabalho", declara Cond?.