Diante da crescente violência em ambiente escolar, profissionais iniciam debate para criação de código de conduta
Repórter
Para criar um código de conduta contra a violência, que irá nortear o trabalho dos profissionais da educação pública municipal de Juiz de Fora, foi criada, na tarde desta terça-feira, 8 de junho, uma comissão, composta por diretores, vice-diretores e professores. A intenção é que o documento seja utilizado como diretriz às medidas a serem adotadas diante da crescente violência no ambiente escolar.
"Vamos definir tudo aquilo que precisamos, queremos e pretendemos com relação ao nosso trabalho, isto fará parte de um documento inicial. Em seguida, discutiremos com órgãos, como o departamento jurídico da Prefeitura de Juiz de Fora (PJF) e do Sindicato dos Professores (Sinpro), Ministério Público, Conselho Tutelar e Vara da Infância e da Juventude", explica a secretária de Educação, Eleuza Maria Barboza.
De acordo com a secretária, o problema da violência envolve não só os alunos, mas também os pais. "A discussão sobre esta problemática deve englobar alunos, pais, professores e comunidade. Não existe mais limite, por isso, a necessidade de termos respaldo no documento." Para debater sobre o tema, foi realizado, em Juiz de Fora, nesta terça-feira, 8 de junho, o seminário A Violência na Sociedade Contemporânea e seus Reflexos na Escola.
"A sociedade mudou, a questão dos direitos humanos avançou, mas a escola não acompanhou este processo. Com isso, o que vemos nas escolas, atualmente, é uma explosão de desrespeito, indisciplina, brigas, ameaças, uso de drogas, entre outros problemas", pondera Eleuza.
Exemplo deste quadro de violência é citado pela vice-diretora da Escola Municipal Antonino Lessa, do bairro Santa Efigênia, Carla Silva Martins Ribeiro. "Nossa escola é muito aberta, isso gera insegurança. Convivemos com alunos drogados, ameaças, brigas, o que nos causa medo e tensão constantes." Segundo Carla, o diálogo ainda tem resolvido. "Tentamos resolver problemas conversando. Às vezes, contamos com a ajuda de ex-alunos para intermediar em casos complicados, já que eles costumam ser conhecidos por fazerem parte da comunidade", relata.
Já o professor da Escola Municipal Dom Justino, localizada em Torreões, Célio Santiago, diz que a violência na zona rural é menor que na urbana. "Creio que a situação ainda está mais controlada porque trabalhamos em período integral, o que faz com que seja estabelecido um vínculo entre os profissionais da escola, os alunos e os pais. Este vínculo acaba fazendo com que nos tornemos referência." Entretanto, ele afirma que a facilidade de ir e vir já tem provocado aumento no número de casos de violência. "Há dez anos a situação era bem diferente da que vivenciamos hoje em dia", revela.
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