Palhaço Fuzil

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Palha?o Fuzil Ator Amaury Mendes se veste de m?dico para visitar e
alegrar pacientes em hospitais

Renata Solano
*Colabora??o
10/04/2008

Amaury Mendes (na foto ? direita) ? coordenador geral da ONG M?dicos do Barulho que presta servi?o para a sociedade e para o bem p?blico. Conhecido como palha?o Fuzil, ele organiza visitas aos leitos dos hospitais de Juiz de Fora, do Rio de Janeiro e de Belo Horizonte.

Mendes come?ou sua hist?ria de voluntariado na vontade e na iniciativa de modificar um pouco seu jeito t?mido e introvertido. "Entrei para o teatro sem pensar em seguir a profiss?o, mas apenas com o interesse em me tornar mais desinibido. Fiz as aulas e no final do curso tinha a apresenta??o da pe?a, meu professor pediu um volunt?rio para divulgar o espet?culo nas escolas e eu me ofereci", recorda.

Para ele tudo come?ou naquele instante, quando se vestiu de palha?o pela primeira vez para fazer a propaganda da pe?a em cartaz. "Depois da apresenta??o final meu professor pediu que algu?m o ajudasse em um clube com recrea??o infantil e l? fui eu. Depois desta oportunidade recebi o convite do clube para fazer outra apresenta??o e foi um verdadeiro fracasso. Seria o dia para desistir de vez, mas aceitei meus erros e aprendi com eles, isso faz quase 23 anos", afirma.

Aprendendo com os erros, Mendes se tornou um verdadeiro palha?o e o pioneiro em anima??o de festas infantis na cidade. "Fui o primeiro a trabalhar com isso. Eu era funcion?rio p?blico e palha?o ao mesmo tempo, perdi minha vida social, mas estava fazendo algo de bom para mim. Trabalhei dez anos com as duas atividades", lembra.

Depois de dez anos dividindo o cora??o e o tempo com as duas profiss?es, Mendes ficou sabendo do trabalho dos Doutores da Alegria em S?o Paulo e foi at? l? conhecer um pouco melhor sobre as atividades que eles realizavam. "O Wellington Nogueira, que ? o pioneiro desse tipo de voluntariado no Brasil, me disse que era f?cil come?ar, mas o dif?cil era continuar e hoje j? tem 12 anos que fazemos as visitas aos internados em hospitais", conta.

M?dicos do Barulho

Sem muita consci?ncia de volunt?rio, do que ? fazer voluntariado, Mendes desenvolveu o projeto e lan?ou no mercado os M?dicos do Barulho. H? 12 anos existindo, a associa??o contou com patroc?nio em apenas metade de sua dura??o. "? um patroc?nio pequeno que ajuda nas compras de materiais, mas n?o ? suficiente, todos n?s fazemos outras coisas por fora para sobreviver", comenta.

H? quase um ano, o grupo de atores palha?os se transformou em uma ONG. H? seis edi?es, eles recebe o apoio da Lei de Incentivo ? Cultura Murilo Mendes. "Segurei o prazo para nos transformarmos em ONG, era preciso amadurecimento e certeza do nosso trabalho e da nossa virtude. Sobre o patroc?nio, inscrevemos nosso projeto e nem sempre somos contemplados pela lei, mas n?o desistimos porque ? prazeroso demais fazer o que fazemos", descreve.

O palha?o Fuzil conta que precisou reler muitas vezes o estatuto da ONG e demorou muito tempo para conseguir perceber o qu?o grandioso eram os M?dicos do Barulho. "Ser volunt?rio ? especial demais. N?s temos planos de transformar a ONG em uma OSCIP, ou seja, uma Organiza??o da Sociedade Civil de Interesse P?blico. Tamb?m ? n?o-governamental e sem visar lucro, mas a diferen?a principal ? que os membros da diretoria recebem pelo trabalho. Acho que devem receber porque nos doamos inteiramente para isso, acordo e durmo pensando no meu trabalho volunt?rio e acho que n?o vai deixar de ser se eu receber alguma contribui??o por isso, porque d?o amor, felicidade, carinho, aten??o, tempo", afirma.

Mendes encara seu projeto como uma profiss?o e diz que vive por ele. "Existe uma prepara??o inteira para chegar no final que ? a nossa apresenta??o nos hospitais, mas antes disso h? nossas reuni?es, nossos ensaios, nossa maquiagem, nossa roupa. H? muita coisa envolvida no trabalho que exer?o", defende.

O palha?o Fuzil comenta que seu trabalho ? recompensado pelo sorriso de cada crian?a e de cada adulto que visita nos leitos. "N?o h? como explicar, nosso trabalho serve como um tratamento paralelo ao m?dico, pois o sorriso faz bem ? sa?de", afirma.

*Renata Solano ? estudante de Comunica??o Social da UFJF


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