Meu irm?o é especial

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Meu irm?o ? especial Os pais t?m que preparar o primog?nito para ter uma boa rela??o com irm?o especial. Di?logo ? muito importante nessa hora

Thiago Werneck
*Colabora??o
20/03/2007

Que a crian?a que possui alguma defici?ncia deve receber cuidados, carinho, aten??o todos os pais j? sabem. Mas, a maioria desconhece que o filho mais velho tamb?m deve estar preparado para conviver com um "irm?o especial". A falta de cuidado pode gerar ci?me do primog?nito e ainda lhe causar transtornos e bloqueios emocionais que dificultam a aprendizagem e, at? mesmo, alteram sua personalidade.

Isso acontece por causa da possibilidade da crian?a n?o entender a maior aten??o que deve ser dada ao irm?o que possui a defici?ncia. Segundo explica a psic?loga, da Apae de Juiz de Fora, Eliane Felipe de Barros Arag?o (foto), "a crian?a pode ficar com ci?mes e sentir que foi esquecida pelos pais. Podendo at? ficar mais agressiva ou mais deprimida, de acordo com sua personalidade".

O ideal ? explicar desde cedo ao filho, que o irm?o vai necessitar de cuidados especiais e que ele vai ter dificuldades para se desenvolver. "? importante ressaltar para o mais velho, que apesar de possuir uma defici?nca, o irm?o que est? chegando merece todo carinho que ele possa dar. Al?m de evitar o ci?me, o di?logo pode criar uma boa rela??o entre as crian?as", destaca Eliane.

Segundo ela, a aceita??o da crian?a com defici?ncia tem que come?ar pela fam?lia. Pai e m?e devem ser os primeiros a compreender as diferen?as que tornam o filho especial. "Hoje, muitas vezes, nem mesmo isso acontece. Por isso, ? comum os pais n?o falarem para o filho mais velho, que ele vai ter um irm?o especial. Neste sentido, a preocupa??o acontece somente no caso de pessoas mais esclarecidas", completa.

Exemplo na fam?lia
Foi o que aconteceu, por exemplo, com a professora Eliete Corr?a Marques Pereira quando sua filha, R?bia, nasceu com s?ndrome de down. Assim que recebeu a not?cia ela logo tratou de conversar com o primog?nito Ruano, com dois anos e 8 meses, na ?poca. "Ele tinha que saber que teria uma irm? especial e que ela ia ganhar aten??o diferenciada. Enfatizei que apesar dela ter dificuldades, ele teria que trat?-la como uma menina normal. Isto foi fundamental na aceita??o de R?bia em nossa fam?lia", conta a m?e com orgulho.

Ele ouviu os conselhos da m?e e, hoje, ? um grande amigo da irm?. "Eu a trato normalmente. Brinco com ela numa boa e nossa rela??o sempre foi a melhor poss?vel. Como meus pais conversaram comigo desde cedo sobre essa diferen?a, sempre encarei tudo com naturalidade", conta Ruano, hoje com dezoito anos de idade.

A assistente social da Apae, Aparecida Honorato Lucindo, lamenta que, na maioria das vezes, a fam?lia n?o tenha essa consci?ncia. "Hoje os pais que t?m crian?as com defici?ncia est?o mais preocupados com a sobreviv?ncia financeira da fam?lia do que com a estrutura do lar. Geralmente s?o pessoas carentes, com pouca cultura e que cobram da Apae apenas que os filhos aprendam a ler e a escrever, sem se preocupar com todo o aspecto emocional envolvido", explica.

, completa.


*Thiago Weneck ? estudante de Jornalismo da UFJF. A mat?ria foi realizada
como atividade do processo de sele??o para est?gio no Portal ACESSA.com