Quarta-feira, 8 de março de 2017, atualizada às 15h08

Escola de Krav Maga oferece seminário gratuito de defesa pessoal para mulheres de JF

Da redação
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A cada hora, 503 mulheres brasileiras sofreram algum tipo de agressão física em 2016, segundo pesquisa do instituto Datafolha encomendada pelo Fórum de Segurança Pública. O estudo, divulgado nesta quarta-feira, 8 de março, Dia Internacional da Mulher, teve entrevistadas de 130 cidades do país. Ainda na luta pelo fim do rótulo de 'sexo frágil', mulheres são vítimas todos os dias de agressores, estupradores e assaltantes. Em Juiz de Fora essa realidade não é diferente, como a ocorrência registrada na última segunda, 6, quando um homem, 25, agrediu sua companheira, 28 anos, no bairro Retiro.

Por se tornarem sempre alvo, em uma sociedade violenta e bastante machista, que muitas delas buscam na defesa pessoal uma forma de resguardar pela sua vida e integridade física. No próximo sábado, 11 de março, a Federação Sul-Americana de Krav Maga realiza no município um Seminário gratuito de Defesa Pessoal para Mulheres. A apresentação e aula de técnicas israelense serão voltadas especialmente para mulheres, praticantes ou não da modalidade.

O seminário acontecerá na Ginásio da Faculdade Metodista do Granbery, das 14h às 18h. O instrutor de Krav Maga, representante da Federação em Juiz de Fora, Daniel Dellias, destaca que as quatro horas de curso serão para falar um pouco sobre a modalidade desenvolvida pelo Exército de Israel, na década de 1940, além de ensinar alguns exercícios que podem ajudar mulheres se protegerem em situações de agressão. “Relatos nos mostram que 30% do público feminino, em todo o país, procura o Krav Maga porque sofreu algum dano por agressão física ou emocional. Tenho alunas que procuraram as aulas porque foram agredidas, já outras iniciam a modalidade para se sentirem mais seguras”, conta.

Dellias explica que independente do tamanho, idade, sexo e força física é possível parar uma agressão. “O Krav Maga foi desenvolvido com intuito de igualar as diferenças. Não existe uma categoria, até porque não é uma luta, mas 100% defesa pessoal. Trabalhamos com os pontos sensíveis da anatomia humana. Já no seminário, vamos mostrar alguns deles, que causam maior dano, que são olhos, genitais, garganta, para que as participantes tenham uma visão da modalidade de forma objetiva”.

As interessadas em participar do evento devem preencher ficha de inscrição (ficha em anexo) e entregá-la na academia Pumping Figth, localizada na rua Batista de Oliveira, 434. As vagas são limitadas, por isso é importante realizar cadastro com antecedência para garantir a participação. Qualquer dúvida pode ser enviada para o e-mail dellias@kravmaga.com.br. São esperadas 120 mulheres no dia.

Maioria dos agressores são conhecidos

O estudo do instituto Datafolha aponta que no total, foram 4,4 milhões de mulheres, 9% da população acima de 16 anos, que relataram ter sido vítimas de socos, chutes ou outra forma de violência.

As agressões verbais e morais, como xingamentos e humilhações, atingiram 22% da população feminina. Ao longo do ano passado, 29% das mulheres passaram por algum tipo de violência, física ou moral. Entre as pretas (expressão usada pelo IBGE), o índice sobe para 32,5% e chega a 45% entre as jovens.

A maior parte dos agressores, segundo os relatos das mulheres, era conhecida (61%). Os cônjugues, namorados e companheiros aparecem como responsáveis em 19% dos casos. Os ex-companheiros representam 16% dos agressores. A própria casa das vítimas recebeu o maior percentual de citações como local da violência (43%). Entre as mulheres entre 35 e 44 anos, 38% das agressões partiram dos namorados ou cônjugues.

O assédio atingiu 40% das mulheres no último ano. Entre as mais jovens (16 a 24 anos), o percentual chega a 70%, sendo que 68% ouviram comentários desrespeitosos quando estavam na rua. O índice é de 52% entre a população feminina entre 25 e 34 anos. Nesse grupo, 47% foram assediados na rua, 19% no ambiente de trabalho e 15% no transporte público.

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