Matheus Brum Matheus Brum 8/09/2015

Tupi e a psicologia

matheusCom a vitória de 2 a 0 sobre o Caxias nesse final de semana, o Tupi chegou aos 30 pontos no Grupo B da Série C do Campeonato Brasileiro, praticamente com a vaga para as quartas de final assegurada, já que abriu 3 pontos de vantagem para o vice líder, Londrina. Faltando três jogos para o fim da fase de grupos, já está na hora do time começar a se planejar para o mata-a-mata, que tem sido o grande flagelo do Carijó nos últimos tempos.

Quem não se lembra da fatídica partida contra o Paysandu, nas quartas de final da Série C do ano passado? Ou da trágica peleja contra o Ceará, pela terceira fase da Copa do Brasil desse ano? Em menos de um ano, a torcida juizforana sofreu dois baques vindos do Estádio Municipal Radialista Mario Helênio.

Infelizmente, por motivos que apenas os Deuses do Futebol podem conseguir explicar, nossa cidade não prestigia o time local, levando míseros 1.000, 1.500 torcedores por partida ao Estádio. Porém, nas grandes decisões, a "massa" se levanta e lota o Municipal. Ultimamente, contudo, essa força da torcida não tem ajudado o Galo Carijó, que acaba caindo para seus adversários dentro de casa.

Quem é torcedor apaixonado, faz do campo um local sagrado. Religiosamente vai ver seu time do coração, faça chuva ou faça sol. Para esses, o amor pelo time de Santa Terezinha é maior do que um acesso à Série B, ao contrário dos "torcedores de momento", que só sabem torcer nas horas boas. É com essa parcela que eu me preocupo.

Futebol, como todo esporte, é completamente imprevisível. Nem sempre o melhor ganha, e é isso que o faz ser apaixonante. Não tem como ir ao Estádio achando que seu time vai golear, ou pelo menos, vencer. Ir ao palco do futebol é como fazer aquela aposta com seu amigo de quem vai ficar com mais meninas na balada. Um dia você perde, outro você ganha. Se não possui o "pique de festa", não vai gostar das apostas e vai deixar de ir pra "night".

E é justamente nesse contexto que entram os "torcedores de momento", já que eles só vão ao Estádio quando o time está ganhando ou em grande fase. Na hora da primeira decepção, começa a xingar, vaiar e deixa de comparecer às arquibancadas. Como o alvinegro juizforano já "bateu na trave" duas vezes, muitos estão com "pé atrás" em relação à equipe.

Não coloco o acesso como obrigação, mas é fato de que mais uma derrota num momento importante pode impactar bastante a relação do clube com Juiz de Fora, que infelizmente, é pequena. Temos mais de um mês para a partida decisiva das quartas de final, que possivelmente será decidida aqui na "Terrinha". Por isso, é mais do que necessário um preparo psicológico dos jogadores, para que na "hora H", não sintam a pressão das arquibancadas, que provavelmente estará lotada.

psicologiaAlém disso, os torcedores que não tem costume de ir ao Mário Helênio, devem colocar na cabeça que vaiar e xingar não ajudam em nada a situação. Tem que ir para aplaudir o time até o último segundo, e após a partida, aí sim fazer a sua manifestação, positiva ou negativa. Também devemos combater essa história de "nunca mais voltar ao estádio", que ouvimos após as derrotas. O Tupi Football Clube é um patrimônio da cidade, e só o teremos no lugar que merece quando todos o abraçarmos e juntos seguirmos o caminho do sucesso.

Outros destaques

1º - Rodada interessantíssima do Brasileirão. Com ajuda da arbitragem, Flamengo encosta de vez no G-4. Empate no Allianz Parque diminui vantagem do Corinthians. Derrota deixa Vasco mais perto da Série B, e consequentemente, para alegria geral da nação, Eurico próximo da Sibéria.

2º - Em um dos GPs mais tradicionais da Fórmula 1, Hamilton consegue vitória polêmica em Monza, na Itália, e aumenta a diferença na ponta do campeonato, abrindo 53 pontos de vantagem para Rosberg, que teve quebra de motor a duas voltas da bandeirada. Massa consegue um pódio importante, que aumenta sua moral para a reta final da temporada. Próxima corrida é daqui duas semanas, em Cingapura.


Matheus Brum nascido e criado em Juiz de Fora, jornalista em formação pela Universidade Federal de Juiz de Fora, e desde criança, apaixonado pelo Flamengo e por esportes. Atualmente é escritor do blog "Entre Ternos e Chuteiras", estagiário da Rádio CBN Juiz de Fora e editor e apresentador do programa Mosaico é nascido e criado em Juiz de Fora.

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