Trincas em edifica?es
saiba identific?-las e qual a sua import?ncia
Luiz Thiers
23/01/2001
S?o diversos os motivos dessas manifesta?es patol?gicas, sendo sua ocorr?ncia devida a esfor?os de tra??o ou flex?o introduzidos nos elementos construtivos (estrutura, alvenaria ou argamassa) e que n?o s?o por estes absorvidos.
As trincas s?o provocadas por fen?menos, tais como:
- movimenta?es oriundas de varia?es t?rmicas ou higrosc?picas (de umidade);
- deformabilidade excessivas das estruturas ;
- recalques diferenciais das funda?es, por diversos fatores;
- m? utiliza??o do edif?cio, com atua??o de sobrecargas n?o previstas em projeto;
- falhas de manuten??o da edifica??o;
- erros de c?lculo estrutural;
- corros?o das armaduras do concreto armado;
- retra??o de produtos ? base de ligantes hidr?ulicos;
- altera?es qu?micas de materiais de constru??o.
Os elementos construtivos das edifica?es de concreto e alvenarias funcionam muito bem aos esfor?os de compress?o. Entretanto, quando submetidos a esfor?os de tra??o ou flex?o n?o previstos em projeto, esses elementos tendem a se romper, aparecendo as chamadas trincas.
Para melhor entendimento do que acabamos de apresentar, pegue um bast?o de giz e tente quebr?-lo: primeiro puxando-o longitudinalmente (esfor?o de tra??o), e depois curvando-o (esfor?o de flex?o). Voc? n?o deve sentir qualquer dificuldade. Agora tente quebr?-lo ou esmag?-lo aplicando um esfor?o de compress?o, apertando o bast?o no sentido longitudinal, uma extremidade contra a outra. Provavelmente voc? n?o vai conseguir. Da mesma forma funcionam o concreto, a alvenaria de tijolos e as argamassas.
A ocorr?ncia de trincas, numa vis?o mais detalhada, pode ser entendida n?o como um problema, mas sim como um sintoma de que algo funcionou ou est? funcionando mal no edif?cio: aviso de um eventual estado perigoso para a estrutura ou do comprometimento do desempenho da obra.
Estas manifesta?es patol?gicas, como dito acima, podem ocorrer no revestimento, nas alvenarias ou nas estruturas de concreto.
- As trincas nos revestimentos, ocorrem geralmente por retra?es t?rmicas ou
higrosc?picas da argamassa, sendo de simples solu??o. Uma forma simples de
se identificar se sua ocorr?ncia foi apenas no revestimento consiste em
verificar se do outro lado da parede ela tamb?m aparece na mesma posi??o; se
n?o aparecer, apenas o revestimento est? trincado.
- Quando aparecem do outro lado da parede, na mesma posi??o, ? sinal de que as
trincas ocorreram tamb?m na alvenaria e/ou na estrutura, devendo ser
consultado um engenheiro civil especialista no assunto, que far? um
mapeamento das trincas para determina??o do motivo da sua ocorr?ncia.
Quando afetam alvenaria e/ou estrutura as trincas s?o geralmente oriundas de deforma?es excessivas nas estruturas, provenientes de recalques diferenciais de funda?es, sobrecargas n?o previstas em projeto, erros no dimensionamento das pe?as estruturais, etc. Existem tamb?m casos de fissuras no encontro entre alvenaria e estrutura, que n?o s?o rupturas de elementos construtivos, mas apenas uma separa??o provocada por retra??o diferencial entre os dois elementos, e que tamb?m aparece nos dois lados da parede.
- As passivas s?o aquelas em que j? n?o mais existem, no elemento
construtivo, os esfor?os que provocaram a sua ocorr?ncia, bastando para
corrigi-la a aplica??o de argamassa de cimento e areia com a incorpora??o de
uma tela de a?o, tipo tela de galinheiro, estando o problema resolvido.
- As trincas ativas, estas n?o s?o de solu??o t?o f?cil quanto as passivas,
sendo necess?rio atacar a fonte do problema, eliminando a causa da sua
ocorr?ncia, sem o qual voltar?o a aparecer ap?s o remendo.
Um m?todo simples para se verificar se uma trinca ? ativa ou passiva resume-se na coloca??o de "selos" de gesso, em diversos pontos das trincas, observando-se diariamente sua apar?ncia. Qualquer movimenta??o, por menor que seja, vai provocar a ruptura do selo de gesso, e conseq?entemente a trinca est? ativa. Os selos devem ser feitos empregando-se pouca ?gua, de forma que se possa obter uma massa firme, que seja moldada sobre alguns pontos das trincas e que, depois de aplicado, tenha aproximadamente de 0,5 a 1 cm de espessura e ?rea correspondente a da tampa de uma lata de azeite.
Caso verifique a ocorr?ncia de uma trinca ativa, consulte o quanto antes um engenheiro civil. Acidentes com conseq??ncias graves poderiam ter sido evitados se esta provid?ncia fosse tomada a tempo.
Estas informa?es est?o no site Edifica?es Online, coordenado pelo engenheiro civil Luiz Carlos Thiers Silva, autor deste artigo. Leia tamb?m:
Sobre quais temas (da ?rea de engenharia civil) voc? quer ler novos artigos nesta se??o? Nosso colaborador, Luiz Thiers, responde ?s suas sugest?es e d?vidas. Para isso, clique aqui, preencha e envie o formul?rio.
Entre na comunidade de notícias clicando aqui no Portal Acessa.com e saiba de tudo que acontece na Cidade, Região, Brasil e Mundo!