Irm?os especiais
? dif?cil um irm?o aceitar uma crian?a especial na fam?lia? Como ? o relacionamento entre eles? O que os pais devem saber...

Renata Cristina
*colabora??o
22/06/05


Uma das fundadoras da APAE de Juiz de Fora, "Dona Tata", fala sobre sua experi?ncia com o filho portador de necessidades especiais. Ou?a!

Veja!

Hist?rias marcadas pelo preconceito, discrimina??o e exclus?o familiar, n?o fazem parte da trajet?ria de vida do portador de necessidades especiais, Rodiney de Melo Oliveira (foto ao lado). Desde pequeno, ele ? o "xod?" da fam?lia e sempre protagoniza as atividades em sua casa.

Apaixonado por m?sica sertaneja, Rodiney divide seus discos com os irm?os Marlan e Giovane e adora cantarolar alguns sucessos de Zez? di Camargo & Luciano, Daniel e Chit?ozinho e Xoror?, seus cantores preferidos. Nos finais de semana, ? com eles que Rodiney joga futebol e assiste ?s partidas na TV. "Adoro futebol e sempre que d? vou ao campo para ver o pessoal do bairro jogar", diz.

Com a irm? Josiane (foto acima), ele divide parte do seu dia-a-dia, como o caminho para a escola e a oficina de marcenaria, outra de suas paix?es. Segundo ela, Rodiney ? o apazig?ador das confus?es na fam?lia. "Ele n?o gosta de barulho, de gente falando alto e de confus?o. Ent?o, sempre quando acontece algo, ele acalma os ?nimos".

Companheiro, e amigo, Rodiney ? considerado "uma b?n??o na fam?lia", garante a irm?. O rapaz retribui o afeto e diz que um de seus passatempos preferidos ? conversar com os irm?os. "Somos muito amigos. Nunca brigamos", revela.

A amizade entre irm?os tamb?m faz parte da fam?lia de Jordana Couri (foto ao lado), portadora de necessidades especiais, que tem como companheira a irm? B?rbara (foto abaixo). "Quando crian?as, sempre brincamos juntas e at? hoje somos grudadas", atesta. A cumplicidade da dupla ? tanta que B?rbara se transformou na maior confidente de Jordana. "Sempre conversamos muito e conto toda a minha vida para ela".

Entre os hobys de Jordana, est?o a televis?o, principalmente o programa da Xuxa, al?m do grupo musical Rouge. A menina tamb?m ? muito querida pelas vizinhas e adora sair com elas na rua.

Segundo B?rbara, o segredo para um relacionamento de sucesso est? na aceita??o da diferen?a. "Sempre tratamos a Jordana normalmente. Inclusive, ela ajuda a arrumar a casa, coisa que n?o gosta muito, mas faz".

Palavra de M?e
H? 46 anos, Maria Izabel Marques, a dona Tata, sabe muito bem o que significa um bom relacionamento entre os filhos, principalmente quando se trata de um portador de necessidades especiais. Ela foi uma das fundadoras da Associa??o de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Juiz de Fora, quando se viu diante do desafio de educar o filho, Milton Marques, e lutou para a integra??o de sua fam?lia.

"Na minha casa, a conviv?ncia sempre foi muito boa. O ?nico homem da casa, meu filho, se preocupa muito com as irm?s. Principalmente, desde quando fiquei vi?va, ele ? o que faz o papel de companheiro, estando sempre presente", ressalta.

Segundo dona Tata, a inclus?o de Milton, desde a inf?ncia, permitiu que ele se desenvolvesse mais rapidamente a partir da conviv?ncia com os irm?os. "Sempre soubemos de suas limita?es, mas permit?amos a sua participa??o em tudo", garante.

O que dizem os especialistas
A psic?loga, Vera L?cia Kemper, que faz um trabalho conjunto com crian?as, adolescentes portadores de necessidades especiais e suas fam?lias, acredita que o apoio dos irm?os ? fundamental. "N?o s? o irm?o, mas toda a fam?lia deve acolher a crian?a. Se ela tem um irm?o para brincar, para estimular, ela vai se desenvolver cada vez mais."

A psic?loga adverte os pais para a divis?o de aten??o entre os filhos. "H? uma tend?ncia da fam?lia de se voltar para aquela crian?a especial, com isso, os outros s?o deixados de lado. Essa crian?a n?o pode monopolizar o cuidado. ? preciso estar atento a todos os membros da casa."

Ainda assim, ? importante que haja um acompanhamento psicol?gico de toda a fam?lia, desde o nascimento da crian?a. Vera garante que o trabalho em conjunto ? muito compensador: "a fam?lia ter? a oportunidade de aprender a respeitar o outro, perceber as limita?es do ser humano e levar tudo isso ao longo de suas vidas."

Leia mais:

  • M?es especiais - Exemplos de abdica??o por causa do amor pelos filhos
  • Associa??o dos Pais e Amigos dos Excepcionais

    Renata Cristina ? estudante do 8? per?odo de comunica??o da UFJF


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