Tempo e relacionamento Conhe?a hist?rias de relacionamentos e a explica??o da psicologia para se casar r?pido ou com planejamento
Rep?rter
23/03/2006
Amor, amor, amor! Uma das palavras mais desejadas, mais conceituadas e menos entendida. E quando a reflex?o sobre esse assunto t?o pol?mico entra como uma vari?vel do casamento, pode ser que as defini?es se compliquem ainda mais.
Mesmo em um mundo em constante transforma??o, ele continua sendo o tempero mais requisitado para a receita de um relacionamento ou casamento bem sucedido. E no mexer das panelas, h? quem cozinhe uns, que queime outros, que coloque a press?o para funcionar.
Cada um vive intensidades e relacionamentos diferentes. E ? por esse motivo que h? aquele que encontra a sua hora certa de chegar ao altar e dizer o sim mais famoso da vida. H? quem case logo, que demore anos, ou que desista da hist?ria de tanto tempo por uma figura que acaba de conhecer.
N?o existe "receita de bolo" para um casamento bem sucedido. Pelo menos no que diz respeito ao tempo de namoro e de conhecimento dos noivos. Essa ? a afirma??o da da psic?loga Carla Queir?z (foto abaixo). Tanto um relacionamento bem planejado como um amor constru?do rapidamente possuem grandes chances de dar certo.
"A ?nica coisa ? quem pensa em se casar com poucos meses de
namoro tem que ter em mente que precisa estar mais atenta com a pessoa que
convive. Voc? tem quer saber que a sua experi?ncia com ela n?o te permitiu
um conhecimento verdadeiro. Mas, quanto a dar certo, s? ao futuro
pertence"
,
acredita a psic?loga.
No entanto, ? preciso saber diferenciar amor de paix?o, para n?o fazer do
impulso inicial de um relacionamento, a certeza de que aquela pessoa ? o
homem ou a mulher da sua vida. "Que um casamento pode dar certo depois de
um namoro de tr?s meses pode, mas d? porque aquela paix?o fulminante se
transformou em amor"
, comenta.
De acordo com a psic?loga ningu?m consegue viver s? no estado de paix?o, o pr?prio corpo tende a fazer esse sentimento se acalmar. E que, muitas pessoas s? descobrem que a paix?o acabou e que n?o conseguiu se transformar em outro sentimento depois que est?o casadas. A? est? o problema.
E na dificuldade de se entender o que ? amor e o que ? paix?o, e qual daqueles sentimentos se quer pra vida ? que reside o problema ou a solu??o de muitos casais. Samantha Bueno e Leonardo Soares (foto abaixo) fizeram da d?vida uma solu??o: se apoiaram no companheirismo e na calmaria do relacionamento pra se casarem depois de mais de seis anos de namoro.
Os dois se conheceram ainda na faculdade e sempre foram companheiros para tudo. Tiveram desaven?as e d?vidas sim, como destaca Leonardo, mas sempre optaram por pensar que qualquer outro novo relacionamento, apesar de parecer interessante e atrativo, era realmente s? uma paix?o.
"? claro que eu j? pensei em ficar com outras pessoas, e que j? at? pensei
em me envolver. Mas apesar de parecer que era bom, optei por me concetrar
na Samantha. O novo sempre aparenta ser bom, porque tem aquele gosto de
paix?o que eu tive no ?nicio do meu relacionamento com a minha esposa. Mas
eu soube enteder que calmo n?o era ruim, e hoje estou feliz".
A psic?loga Carla Queir?z comenta a naturalidade que existe em toda a hist?ria de Leonardo: ? comum que as pessoas pensem que outro relacionamento pode ser mais interessante que o que j? tem muitos anos, ? natural que o sentimento de quem namora h? muito tempo seja mais calmo e mais concentrado e que esteja longe da agita??o dos primeiros meses da paix?o. Mas o "natural" pode ser entendido de duas formas, e a? est? a decis?o particular de cada um: continuar com o relacionamento longo ou embarcar em um novo.
Leonardo valorizou escolher tudo que tinha vivido com Samantha, mas h? muitos hist?rias que quem, na d?vida, optou por outra coisa. E assim como a complexa hist?ria da defini??o do amor, h? aqueles que se d?o bem e os que se d?o mal.
Quando o tempo se confunde com comodismo
Amor ? amor. Paix?o ? diferente. O fato ? que muitas pessoas tamb?m se apoiam nessa defini??o e continuam com seus parceiros por muito tempo, mesmo sabendo que as coisas n?o andam assim t?o bem.
Para a psic?loga, ? preciso estar atento. Porque para ser feliz n?o d? pra
confundir as duas coisas. Carla ressalta que essa d?vida acontece mais quando as
pessoas n?o s?o t?o intensas em todas as ?reas da vida. "Se a pessoa tem um
perfil mais acomodado confunde mesmo"
.
Carla explica que ? preciso saber que o sentimento se modificou. Mas tamb?m ? preciso reconhecer o sentimento "homem/mulher" na rela??o. Seja ele amor ou encantamento, o nome que se queira dar a "bem quer?ncia" n?o importa. E para reconhecer isso, a profissional d? uma dica, sempre ressaltando que nesse tipo de assunto, cada caso ? um caso:
"Perceba se o seu relacionamento est? pautado em tr?s componentes
fundamentais. A emo??o, o projeto de vida em comum e o sexo. Se voc? n?o
est? feliz em um ou todos esses quesitos, ? poss?vel que seu relacionamento
j? esteja todo ou em partes prejudicado"
.
E se voc? descobrir que seu namoro ou noivado realmente se tranformou em amizade, n?o tenha medo. Coragem ? palavra de ordem nesse momento, at? mesmo pra assumir, que mesmo n?o sendo mais pra voc? aquela pessoa, voc? tem sentimentos de posse que podem se confundir com gostar.
Quando o tempo ? o menor detalhe
?rica Santana e Andr? Br?cio (foto) s?o exemplos de como tempo n?o ? "documento" para a decis?o do casamento. Eles s?o de Juiz de Fora, mas n?o se conheceram aqui. Foi depois de uma excurs?o para um parque aqu?tico no estado de S?o Paulo, que eles, sentandos lado a lado no ?nibus, ficaram sabendo um pouco mais sobre a vida do outro.
Os dois conversaram durante as oito horas de viagem e se apaixonaram. Chegaram no destino j? andando de m?os dadas e acreditando em um futuro juntos. ?rica conta que nunca imaginou casar cedo. Pelo contr?rio, j? que vinha de um relacionamento de quatro anos, que acabou n?o se concretizando exatamente por ela achar que a "hora do sim" era precipitada.
N?o deu certo com o namoro de anos, mas meses depois l? estava
Andr?:"parceiro, amigo e amante", como ela mesmo define. "Come?amos a
conviver e depois de um certo tempo eu j? n?o conseguia mais ficar longe
dele. Queria dormir, acordar, comer, sair. Tudo junto. Conclu?mos com isso
que o mais correto seria o casamento"
.
A fam?lia de ?rica foi contra, apesar de hoje ser apaixonada pelo novo membro da fam?lia. A m?e vivia dizendo que tudo aconteceu muito r?pido e que a filha nem conhecia o futuro marido. "E n?o conhecia mesmo, namoramos s? quatro meses antes de casar", complementa a hoje estudante, justificando que o que sentiu pelo noivo foi realmente um sentimento diferente do que conhecia como amor.
Hist?rias como a de ?rica e Andr? s?o mais que comuns, como comenta a
psic?loga Carla Queir?z. Pessoas diferentes, vivem relacionamentos e
intesidades diferentes de amor e paix?o. Dessa forma, ? comum que algumas
queiram se casar rapidamente."Isso ? uma particularidade de cada um, assim
como h? os que s?o aflitos, nervosos ou qualquer outra coisa"
. E s? ao
futuro pertence as chances desse relacionamento dar certo ou n?o.
H? tamb?m muitos casos de pessoas que nem s?o t?o intensas assim, e que acabam se casando r?pido. A maioria delas, vindas de relacionamento duradouros que acabaram se transformando em amizade. Se voc? conhece ou vive uma situa??o dessas, l? vai a explica??o da psicologia:
Quando uma pessoa vem de um relacionamento de anos, que padecia de algum problema, sempre tende a viver mais intensamente um novo. "? como se a pessoa estivesse com carinhos e car?ncias incubadas, e quando vive uma coisa nova, d? total vas?o a isso. O resultado: acaba casando por se sentir completa, mesmo com pouco tempo de namoro....
Com pouco ou muito tempo, o certo ? que se discute amor desde os tempos de
S?crates. E como resume a psic?loga: "todas essas hist?rias
s?o ilustrativas, e sempre tenho personagens delas aqui no meu consult?rio.
O que n?o se pode perder de vista ? que o mais importante da vida ? buscar a
felicidade"
.
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