A Pior das Rivais
É muito frequente a queixa das mulheres sobre o interesse do seu amado por aquela que rouba todas as cenas e os melhores momentos. Que anula aquela escapadinha de domingo à tarde naquela horinha em que as crianças saíram para brincar. Que afasta do casal aqueles instantes da noite, depois do jantar e bem antes do sono incontrolável que reflete o cansaço do trabalho diário, aqueles momentos gostosos, de brincadeiras e caricias que sustentariam a vida de quem quer viver junto, casado, compartilhando.
Aquela que é iluminada, animada e fascinante nas suas cores e sons. Aquela que seduz e conquista a grande maioria dos homens que, materialistas acima de tudo, se encantam com suas propostas indecentes de aquisição de bens de consumo de qualquer natureza.
Aquela que petrifica, hipnotiza e leva ao total estado de alienação. Que produz o prazer do riso e possibilita a libertação da ira e traz com facilidade inigualável o derramar de lágrimas contidas em um cotidiano nunca conversado, impossibilitado em decorrência do envolvimento com esta rival que propõe com suas cenas e imagens provocantes um afastamento sem igual da pessoa que se ama.
Aquela que agride quando ao se levantar de manhã, a mulher fica sabendo que se deitou sozinha, porque seu marido ficou ali, até bem tarde, fazendo amor com a rival, de frente a ela, que na verdade é quadrada e plana em suas formas, gelada em suas sensações e imperativa em suas colocações, em um processo de solidão compartilhada que não precisaria existir.
Não se vence com facilidade uma rival dessa natureza. Em muitas casas ela se deita junto com o casal, permanece no quarto deles, e a mulher engole a seco a sua presença e a postergação das caricias e do amor que, às vezes, chega bem mais tarde em forma de obrigação no contexto daquela rotina.
Ela obscurece qualquer visão que ele possa ter da beleza de sua amada. Não o deixa perceber um corte de cabelo, uma lingerie mais ousada ou mesmo se ela passa pelada. Aniquila qualquer tentativa de entrosamento se no momento ele estiver ali, compenetrado. Adia qualquer possibilidade de crescimento e fortalecimento da relação dos dois no tocante a intimidade, tolhendo qualquer manifestação de romantismo ou de sensualidade.
Ela gosta de futebol, de filmes de ação, de guerra e de terror. Ela partilha documentários sobre os animais e sobre o mercado financeiro. Acompanha com ele todas as noticias deprimentes e violentas, preferencialmente, e em detrimento a uma vida plena de amor, de alegrias e de prazeres. Ela é sórdida e ardilosa. Seduz os filhos do casal, a empregada, os vizinhos, os amigos e parentes que chegam. Monopoliza a atenção de todos.
No ambiente onde ela se instala não se ouve música, não se dança, não se brinca, não se conversa, não se pondera, não se vê nada ao redor dela, não se descobre nada de novo. A vida a dois segue entorpecida e obscurecida por uma imposição estabelecida num simples apertar de um botão. Um silêncio criminoso entre homem e mulher nasce e prospera enquanto a rival fala a revelia sobre qualquer assunto, sobre qualquer questão.
Esta é uma rival sem precedentes e sem comparação. Pra quem ainda não adivinhou, trata-se da _______________ da televisão.
Proponho uma brincadeira: Completem com o adjetivo adequado o espaço em branco e me enviem, ajudando-me assim a classificá-la de forma justa e evitando ofender alguém.
Liguem seus aparelhos no canal amor, por favor.
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Jussara Hadadd é Filósofa
e Terapeuta Sexual Feminina
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Raciocínio, informação, fofocas, história, arte e até alienação sim. Quem escolhe é o freguês, " Pode ir chegando madame"...
Ela só ocupa um espaço ocioso onde um não consegue preencher na vida do outro, e sentir-se traído nestas horas é procurar culpa onde só existem necessidades.
A Palavra é necessária.
Cristiam Rocha
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