Centavo valioso
Se uma empresa, que atende 1500 pessoas por dia, n?o der R$ 0,01 de troco, em 30 dias o lucro ? R$ 450

S?lvia Zoche
19/05/04

A economista M?rcia Medeiros fala da import?ncia do controle or?ament?rio e do valor da moeda.

Ou?a! Leia!

Ilustra??o "Posso ficar devendo um centavo?" Essa pergunta tornou-se comum no com?rcio. Mas, como se trata de centavos, algumas pessoas n?o se importam em ficar sem o troco. "Afinal, o que vale um centavo?" Vale a postagem de uma carta social para qualquer cidade do Brasil. Para isso, o envelope deve estar escrito ? m?o, ter peso m?ximo de 10g e o remetente deve ser pessoa f?sica.

E, com alguns c?lculos ? poss?vel perceber que o dinheiro - ?s vezes considerado irris?rio - no final de um m?s pode valer uma passagem de ?nibus ou "alguns p?ezinhos".

Uma fam?lia com cinco pessoas, por exemplo. Se cada uma deixar de pegar o troco de um centavo todo dia, no final do m?s s?o R$ 1,50 a menos. Com este valor, daria para pagar uma passagem de ?nibus urbano e sobraria R$ 0,30.

Como essa hist?ria come?ou...
M?rcia Rezende de Medeiros Motta Ficar devendo um centavo tornou-se um h?bito mais freq?ente depois da onda de mercadorias a R$ 0,99. A economista, M?rcia Rezende de Medeiros Motta (foto ao lado), diz que foram feitos estudos que comprovam que todo pre?o terminado em nove chama a aten??o. "Isso aumenta o consumo e, conseq?entemente, o arredondamento para cima no valor da mercadoria", diz a economista.

No Procon, a advogada Maria Aparecida Campos de Castro (foto abaixo) diz que existem poucas reclama?es quanto ao n?o recebimento de troco em centavos. "Infelizmente, as pessoas deixam para l?. N?o querem brigar por centavos", diz.

Maria Aparecida Campos de Castro As poucas pessoas que reclamam no Procon, normalmente, conseguem reaver o dinheiro. A advogada diz que "?s vezes, um simples telefonema resolve, porque a quantia ? pequena".

Maria Aparecida aconselha ao consumidor ir ao Procon com uma testemunha, caso o estabelecimento disser que n?o tem o troco. Quanto mais pessoas reclamarem, menos problemas v?o existir. "A maioria das reclama?es ? sobre as lojas de R$1,99 e supermercados", diz.

Para a advogada, dar o troco ao cliente ? uma atitude ?bvia. Por isso, n?o foi feita uma norma espec?fica no C?digo de Defesa do Consumidor, que fale sobre a quest?o do troco. "Mas j? est? sendo pensado uma norma: o Termo de Ajustamento de Conduta", adianta. "Se existe produto a R$ 1,99, o estabelecimento deve dar o troco de R$ 0,01. ? um direito do consumidor e dever de quem vende", alerta Maria Aparecida.

A estagi?ria de economia do Procon, Vivian Barros Filtsoff, diz que alguns estabelecimentos levam em considera??o a reclama??o dos consumidores e arredondam para o menor valor aproximado. "Mas em geral o troco ? dado e recebido com indigna??o", conclui Vivian.

O com?rcio
Alguns comerciantes dizem usar o bom senso na hora de dar o troco ao cliente. ? o caso do supermercado Bahamas, do bairro J?quei Clube. Segundo o gerente geral Vicente Oliveira de Mendon?a, as moedas de um centavo s?o mais dif?ceis de se ter em caixa. "E n?o ? s? em Juiz de Fora. ? no pa?s todo". Pelo supermercado passam cerca de 1.500 pessoas por dia, em dias ?teis. No fim-de-semana, s?o cerca de 2.000 pessoas.

Ilustra??o Para contornar a situa??o, Mendon?a usa um m?todo: "se o troco que tem que ser dado ao cliente ? de R$ 0,03 ou R$ 0,04, o caixa d? o troco a mais, ou seja R$ 0,05. Agora, se for troco de R$ 0,02 ou R$ 0,01, o caixa pede para ficar devendo", diz.

J? no supermercado Bretas, da Avenida Brasil, o gerente geral Marco Aur?lio Pereira Silva, diz n?o ter muito problemas com troco, porque ? uma loja da rede que trabalha mais com cheque e cart?o de cr?dito. "Acredito que o Bretas regional tenha problema com troco de R$ 0,01, por ser mais movimentado", diz o gerente Silva.

De acordo com ele, passam, em m?dia, mil pessoas por dia, durante a semana. No s?bado, feriado e v?spera de feriado, a freq??ncia aumenta. S?o cerca de 1.800 a 2.300 pessoas fazendo compras.

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