Fernando Agra Fernando Agra 14/7/2010

Leitor, você tem comprado alimento transgênico?

Caro leitor, reitero o título: você sabe se tem comprado algum alimento transgênico ultimamente? Você o reconhece pela embalagem? Se a resposta for não, você faz parte de uma ampla gama de consumidores que, igual a mim, também não sabia e fui surpreendido ao verificar que quase todas as marcas de óleo de soja encontradas nos supermercados são transgênicas.

Há algumas semanas, como de costume, assisti a mais um programa Cidades e Soluções, exibido às quartas-feiras, às 23:30h, pela Globo News, tendo como apresentadoSímbolo de transgênicor o jornalista e professor universitário André Trigueiro. Na ocasião, foi exibida uma série de reportagens sobre transgênicos e foi aí que eu descobri como reconhecer um alimento dessa natureza. O mesmo deve vir com o símbolo ao lado.

O grande problema é que o mesmo é tão pequeno nas embalagens, que chega a ser quase imperceptível. Se as empresas que produzem alimentos a partir de sementes geneticamente modificadas (transgênicas) afirmam que seus produtos não fazem mal à saúde das pessoas, por que será que tais empresas não apresentam com maior visibilidade os seus produtos nas gôndolas dos supermercados? Acho que a maneira de identificar tais produtos deveria ser mais clara e ter prateleiras específicas com os mesmos, para que nós, consumidores, possamos saber o que compramos e ter a opção, de modo claro, se queremos ou não comprar um produto transgênico.

E, para piorar a situação, por meio de um dos programas exibidos pela TV, soube que há alguns projetos de lei em andamento, os quais pretendem desobrigar as empresas a identificarem se os produtos são ou não transgênicos. A quem interessa uma medida dessa natureza? Com certeza, não é de interesse da sociedade. Isso me leva a crer que as mesmas não confiam tanto na segurança de seus produtos. Deus nos livre que esses projetos sejam aprovados! O que tem que acontecer é o contrário. Temos o direito de saber o que consumimos.

A questão dos transgênicos é polêmica. Há os que defendem o uso dos mesmos e afirmam que não causam mal aos indivíduos. Outras correntes defendem que mais estudos devam ser desenvolvidos para comprovar os efeitos, sobretudo a longo prazo, sobre a saúde dos indivíduos. Há quem diga que esses alimentos podem até causar tumores malignos (cânceres).

Enfim, enquanto este debate não chega a uma conclusão, ressalto o que destaquei ao longo deste artigo. Temos o direito de saber o que compramos. Conclamo a cada um que ler este artigo que avise aos seus conhecidos e explique como identificar um produto transgênico por meio do símbolo apresentado, bem como que enviem e-mails aos vereadores, deputados estaduais e federais para que elaborem leis que obriguem as empresas a identificarem, de modo bem claro, quando o produto é transgênico. Além disso, que obriguem os próprios supermercados a destinarem prateleiras exclusivas para os mesmos. E tem mais, também deveria estar claro nos restaurantes se os mesmos usam esses produtos.

Só assim compraremos ou não este tipo de produto por livre e espontânea vontade. Enquanto isso, prefiro aguardar mais estudos sobre transgênicos antes de comprar um itens dessa natureza.



Fernando Antônio Agra é Economista pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Doutor em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e professor universitário das faculdades Vianna Júnior, Estácio de Sá, Universo e do Fundação Educacional Machado Sobrinho, sendo todas a instituições em Juiz de Fora - MG.