Fernando Agra Fernando Agra 16/8/2010

A questão ambiental

PoluiçãoDaqui a alguns meses um novo Governo tomará posse e, com certeza, cada vez mais a expectativa da comunidade e de seus vários segmentos organizados é na esperança de que algumas questões, até então, não adequadamente tratadas, tenham a atenção que merecem e que a sociedade anseia. Neste sentido podem ser incluídas as áreas de: saúde; educação; segurança pública; agricultura; meio ambiente e a geração de empregos; que igualmente precisam de soluções e que influenciam diretamente na qualidade de vida e no bem-estar da população.

Na área ambiental, com certeza, encontra-se um dos maiores desafios, pois os problemas têm se agravado. As soluções tornam-se cada vez mais difíceis e onerosas, pelo fato de seus adiamentos históricos, bem como por algumas barreiras são colocadas como impeditivas a uma ação mais eficaz do poder público. Contudo, é imperioso que algumas medidas sejam tomadas urgentemente, de modo que, o desenvolvimento e seus benefícios não tragam como coadjuvantes uma diminuição permanente e brutal da qualidade de vida, principalmente, de parcelas mais carentes da população.

Vale ressaltar o crescente número de problemas em outras áreas, tais como: aumentos de determinados tipos de doenças em decorrência da poluição industrial, da emissão de gases por veículos, da disposição inadequada do lixo doméstico e hospitalar; diminuição da produtividade agrícola, em função da erosão e do uso inadequado dos solos; êxodo rural, decorrente da falta de perspectiva no campo, o que "incha as cidades" e contribui para o aumento dos níveis de violência urbana; destruição de paisagens e condições ambientais importantes ao turismo, especialmente pelos desmatamentos e queimadas; contaminação de alimentos, pessoas, solos e mananciais hídricos por uso indevido de agroquímicos; assoreamento de rios com diminuição da disponibilidade de água para consumo humano, dos rebanhos e, ou, para a irrigação; desaparecimento da biodiversidade; entre outros.

O momento de uma nova gestão pública é sempre oportuno para uma tomada de posição em relação àquelas questões que assim se fazem necessárias. O que é o caso da área ambiental, no intuito de se buscar, de forma mais clara e concreta possível, um modelo de desenvolvimento de fato sustentável para todo o País, especialmente, em parcerias com a iniciativa privada, sobretudo, em virtude das exigências dos mercados, principalmente externos, através de ações que venham atenuar os efeitos ambientais e sociais dos empreendimentos diversos. Cabe, porém, à iniciativa governamental o papel de "maestro e de organizador de ações concretas" que harmonizem os interesses econômicos com os ambientais e sociais.

Neste sentido, entretanto, algumas ações são fundamentais, tais como: dotação orçamentária minimamente adequada e vontade política, que vise a estruturação das instituições ambientais estaduais, em se tratar dos aspectos de pessoal, de instalações, de veículos e de outras condições de trabalho; integração administrativa das diversas instituições envolvidas com a questão ambiental, com base em um plano abrangente de ações; descentralização das ações de controle e fiscalização com a participação efetiva de prefeituras municipais e entidades civis organizadas; incentivo para que ocorra a implantação dos conselhos municipais de meio ambiente em todo o território estadual; trabalhar insistentemente a educação ambiental em todas as formas, meios e níveis; e, enfim, uma parceira permanente com todos os setores empresariais, de modo que a questão ambiental não seja um impeditivo ao desenvolvimento, mas que ao mesmo tempo todos colaborem, nos diversos aspectos, para que o meio ambiente e a qualidade de vida sejam recuperados, mantidos e respeitados.

Espera-se então, que se estabeleça definitivamente na prática, um modelo de gestão ambiental que "recupere o tempo perdido" e que passe por caminhos harmoniosos em direção a um futuro em que os interesses ambientais, econômicos e sociais caminhem harmonicamente e busquem, obrigatoriamente, um compromisso de sustentabilidade de todas as ações humanas, palavra de ordem no mundo atual e atitude fundamental para o bem-estar das gerações atuais e futuras.

* Colaborou com este artigo Luiz Fernando Schettino, Professor da Universidade Federal do Espírito Santo e Doutor em Engenharia Florestal pela Universidade Federal de Viçosa.



Fernando Antônio Agra Santos é Economista pela Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Doutor em Economia Aplicada pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e professor universitário das faculdades Vianna Júnior, Estácio de Sá, Universo e da Fundação Educacional Machado Sobrinho, todas a instituições em Juiz de Fora - MG. O autor ministra palestras, para empresas, na área de Educação Financeira.


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