Terça-feira, 2 de fevereiro de 2010, atualizada às 17h20

Setores de alimentos e de vestuário são os mais beneficiados com aumento do salário mínimo

Clecius Campos
Repórter

O aumento de 9,67% no salário mínimo, que já começa a chegar ao bolso dos juizforanos no valor de R$ 510, deve ser utilizado principalmente no comércio de alimentos e vestuário. Esta é a análise do economista Lourival Batista de Oliveira Júnior, que aponta o aumento real de 5,36% como motivo para o possível crescimento no consumo.

Segundo Júnior, a população que recebe o salário mínimo normalmente reflete a diferença adquirida em consumo, acompanhando o que os economistas chamam de propensão marginal a consumir. De acordo com a teoria, quanto menor o salário, mais direcionada ao consumo será qualquer diferença adquirida. "Nos últimos anos, a sequência de aumentos reais tem mostrado esta tendência, que deve se confirmar." O economista acredita ainda que a compra de bens duráveis mais baratos, como ventiladores e liquidificadores, deve aumentar.

A Câmara dos Dirigentes Lojistas de Juiz de Fora (CDL) espera a injeção de R$ 4,5 milhões nos setores de comércio e serviços na cidade. Para Júnior, apenas em casos pontuais o setor de serviços pode ser beneficiado. "Os serviços de saúde, os mais comuns na cidade, são relativamente caros para a população que recebe o mínimo. Eventualmente pode acontecer a procura por algum tratamento ou outro, mas o mais normal é que a diferença seja empregada no comércio."

O economista informa que o aumento do salário mínimo não deve causar reajustes nos preços. Isso porque, a pressão inflacionária está mais relacionada ao crescimento da economia. "Na época da recessão, era comum a injeção de mais dinheiro via salário mínimo influenciar nos preços. Hoje, como o aumento do salário atinge parte da população, a flutuação dos preços acaba seguindo outras vertentes."

Os textos são revisados por Madalena Fernandes

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