Sábado, 16 de dezembro de 2017, atualizada às 13h

Confira dicas de presentes com opções de produtores e artesãos de Juiz de Fora

Angeliza Lopes
Repórter

O detalhe, a peça feita a mão, o toque de cada linha, agulha, pincel e recorte pode dar um tom diferente nos presentes de final de ano! No período do Natal, além do comércio tradicional, outro mercado impulsionado em dezembro são as feiras de artesanato e vendas de produtores locais. Todos querem garantir uma fatia das vendas, mas o colorido da Feira dá uma toque natalino diferente. Fazer a lista de presentes junto com os pequenos produtores tem se tornado uma prática com muitos apoiadores e ganha força nas redes sociais. Conheça nove opções de produtores locais com vendas nas redes sociais e feiras.

Os artesãos são das feiras Marché – que funciona na Avenida Rio Branco, 2821, até o dia 23, das 9h às 18h; da Feira Municipal de Economia Solidária de Juiz de Fora - acontece até o dia 22, ao lado do Banco do Brasil da rua Halfeld, das 8h às 18h; e da Feira 'É Daqui', que acontece toda manhã de sexta-feira, no Parque Halfeld.

Delícias do Bem

Os panetones e chocotones são alimentos tradicionais nas festividades natalinas. De origem milanesa, do norte da Itália, eles têm ganhado novas receitas ousadas para encantar o paladar dos consumidores. Umas das marcas locais que inovam o setor é a Delícias do Bem. Uma das sócias Angélica Riolino diz que a produção vai além, e oferece também porta joias comestíveis, alfajores, trufas e canudinhos trufados. “As novidades são ofertar produtos em caixinhas artesanais. Estamos fazendo decoração natalina nos chocotones e montagem de kits para presentear”, explica. Assim, o doce se torna uma linda opção de presente, para adoçar a vida de amigos-ocultos e familiares.

Ela diz que o bom de comprar algo que seja feito de forma caseira e artesanal é o diferencial do sabor, carinho e a arte. “Os preços são mais acessíveis e a empresa pequena investe mais na qualidade e no gosto do cliente, que pode escolher suas preferências e customizar o produto final”. A expectativa para este ano no delícias do Bem é faturar 30% a mais que ano passado.

Preço: entre R$ 8 e R$ 75 – é possível montar kits


Ateliê Panos e Sonhos

As bonecas de pano são um resgate ao passado. Saudosismo a parte, ela também trazer beleza e aconchego para o ambiente, por seus detalhes tão delicados. A artesã Rosana Santos trabalha com as peças feitas a mão e de pano há seis meses. “O conceito das bonecas de pano é o de aconchego em reviver o passado, toda uma questão do toque, de tocar e sentir carinho”.

Rosana conta que já trabalhou com madeira, mas agora as bonecas se tornaram seu foco principal e primeira fonte de renda. “Uso técnicas diversas, com cabelos de tecido, lã e sintéticos. Faço as bonecas utilitárias e decorativas, além de criar modelos para as datas festivas, como o papai noel, coelhinho da Páscoa”, explica, complementando que muitas pessoas não valorizam o trabalho, por acharem que é fácil. “Pelo contrário, exigem muito tempo e dedicação! O diferencial deste trabalho é que nenhum fica igual a outra, pois o sentimento nos inspira a mudar um traço ou estilo que é único. Hoje as bonecas são mais decorativas, as crianças ainda não viram nas peças um possível brinquedo, é preciso resgatar isso também”.

Preço: entre R$ 69 e R$ 139

Arte e Pano

O empreendedor Paulo Cezar de Oliveira é o representante das bolsas de tecido que sua esposa, a professora Rosângela Henriques, produz. O trabalho tem como base as técnicas de aplicação no tecido, com releitura de quadros, como Abaporu, da artista brasileira Tarsila do Amaral, e frases de escritores e autores reconhecidos.

Integrante da Feira Municipal da Economia Solidária de Juiz de Fora, Oliveira destaca nenhum pedaço de pano é jogado fora. “Um dos princípio de quem faz parte do grupo é não jogar nada fora. Temos que aproveitar cada matéria-prima. Por isso oferecemos peças como porta óculos, porta CD e de pen drive. Também temos o assento para cadeira acolchoado”. Além do não desperdício, a feira oportuniza as compras coletivas, que ajudam a baratear a matéria-prima comum aos artesãos. “Fazemos muitas compras no bairro Floresta. Alguns vão para São Paulo para conseguirem preços melhores, mas encontramos muita coisa na cidade”.

Preço: entre R$ 45 e R$ 75

Maria Espoleta

A jovem empreendedora e artesã Júlia Gomes Lione começou há cinco meses a produzir bichinhos conhecidos como 'amigurumi', feitos de uma técnica japonesa que mistura o crochê com pelúcia. O produto, que é novidade no artesanato exposto em Juiz de Fora, já ganhou os corações de muitas crianças, já que são produzidos com todo cuidado para elas. “Todos são feitos em chochê com linha de barbante, o enchimento anti-alergico, o olho com trava para a criança não tirar. A técnica foi pensada para evitar acumular poeira, alergia e podem ir para a máquina de lavar”, apresenta Júlia.

A artesã conta que há um ano e meio aprendeu a fazer crochê com vídeo aulas no Youtube, para fazer um gorro que não encontrava para comprar na cidade. Tempos depois, depois de fazer biquines e roupas, viu os bichinhos e ficou curiosa para aprender. “Aprendi o ponto e fiz para minha irmã e prima, que era bebê. Uma amiga minha viu o bichinho, achou bonito e me sugeriu vender para ela. As encomendas foram crescendo de forma espontânea. Fiz as redes sociais da marca, que me abriram portas, além de tornarem este ofício a minha profissão”, destaca.

A produção em tão pouco tempo já passou somou mais de mil unidades. Júlia diz que para dar conta das encomendas, teve que recrutar o próprio pai, atual artesão e sócio da Maria Espoleta. “Hoje fico nas feiras produzindo, ele fica em casa produzindo. Antes estava preocupada, por estar fazendo faculdade e precisar de uma emprego. Hoje, tenho um negócio! Acho que muitas pessoas já estão valorizando mais o produto feito a mãe, mas outros já acham caro. Também faço filtro dos sonhos e não tem como disputar com as peças industrializadas, por isso inovo com peças feitas de crochê”.

Preço: entre R$ 25 e R$ 80

Capricho Mineiro: arte em cerâmica

Há quase 30 anos Jane Capobiango pinta peças, pratos, mobília e até parede. “Está última opção o médico me proibiu, por causa da minha saúde”, brinca a artesã. Hoje, além de criar as peças, ela dá curso de pintura e é qualificada com a carteira nacional de artesanato. Sua especialidade é a 'bauernmalerei' pintura campestres e francesa, que são as pinturas vermelhas. Mas, eu pinto muita cerâmica faiança que eu gosto, quadro, é uma distração”.

Jane lembra que seus traços começaram na escola, época que o bordado era disciplina eliminatória, tão importante quanto línguas estrangeiras, matemática e português. “Os jovens não querem saber de técnicas manuais, são muito imediatistas. As máquinas estão substituindo os bordados. Gosto muito de passar para frente este ensinamento, pois penso que isso não pode morrer”, destaca.

Na sua banca, os consumidores podem achar sapos, pinguins, vacas, galinha, além da opção da boneca vaso e pratos.

Preço: entre R$ 15 e R$ 45

G-Afro

Empreendedora multi tarefa, Sandra Cristina atua em três negócios ao mesmo tempo. “De segunda a sexta sou Salada no Pote, sábado domingo e feriado, vendo o artesanato, que é a minha paixão”, brinca. Na Marché 'Feira de arte, moda e artesanato' ela destaca suas bijuterias étnicas da marca G-Afro. “No Calçadão da Halfeld, trabalho com meus sabonetes da Cheiro da Terra”. Ela conta que as vendas dos sabonetes estavam devagar, momento que um amigo deu ideia de criar uma linha Afro. “A marca chegou na minha vida no momento que fazia a transição de meu visual, trazia um conceito que aprendi com meus pais e avôs, do uso do cabelo alisado, mas tudo isso mudou muito. Hoje tirei o mega e uso o cabelo natural”.

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A marca que existe há um ano oferece modelos de codornê, turbante com rastafari que vira gola, cinto e colar, gargantinha, faixa para cabelo e trapilho. “Alguns modelos eu que criei para não copiar de outros já existentes. Outro diferencial foi o uso dos tecidos angolanos, conhecido como 'capulana'. Eles são caros, mas consegui alguns metros com amigos de lá, que fazem um preço melhor. Hoje, os acessórios étnicos se tornaram moda e todos podem usar!”.

Preço: entre R$ 10 e R$ 35

Vilma do Crochê

Elegante, delicado e único! Todo o trabalho realizado pela artesã Vilma Maria Ferreira salta os olhos pela qualidade minimalista de cada item feito de mercer crochê linha 60. Sua única fonte de renda há mais de 35 anos, o artesanato foi fundamental para a formação de suas filhas. “Aprendi vendo minha mãe fazer, me interessei e deu certo. Tenho uma clientela particular e fiel nas casas, mas comecei na avenida Brasil. Hoje, além da venda de porta em porta, exponho nas feiras”.

Na banca da artesã é possível encontrar toalha redonda, caminho de mesa, cobre jarra, paninho de bandeja, tercinho, cobre copo. “Também faço roupas. Para facilitar o pagamento, divido no cartão de até cinco vezes”, completa.

Preço: entre R$ 15 e R$ 1.200

Tapiocaria Dedo de Moça “Projeto Vai a Feira”

Uma das expositoras da Feira 'É Daqui', que acontece todas as sextas-feiras, no parque Halfeld, é a marca da empreendedora Flávia Thomé. Dona da Tapiocaria Dedo de Moça, Flávia leva para feira o projeto que integra sua marca. “Nosso proposta maior é a tapiocaria, mas trazemos para cá outros produtos do sítio para valorizar outra produção e é bom que atrai públicos diferentes”.

Como a proposta do É Daqui são produtos para pessoas com restrições alimentares e orgânicos, Flávia diz que sempre inova com itens diversificados. Na banca o consumidor pode encontrar chás, goma de tapioca hidratada, biscoitos amanteigados sem glúten, alguns recheios - cebola caramelizada, antepastos, doces de frutas – jaca, mamão, abóbora, figo, pêssego, e geleias com adoçados com a melancia. “Grande parte dos produtos, fizemos parte de todo o processo, desde o plantio, colheita, até o doce final”.

Preço: entre R$ 3 a R$ 15

Graça Pereira JF

A artesã Graça Pereira também trabalha com o artesanato na Feira da Economia Solidária. Premiada com seus quadros de patchwork com imagens de pontos turísticos de Juiz de Fora, ela também empreende, vendendo outros produtos como necessaire, porta talheres, babador de crianças, porta marmitex, plator, portal papel, porta tampa de panela de fritadeira. “Além dos meus quadros, que são mais difíceis de serem vendidos, faço estas peças que me garantem uma renda extra, além da minha aposentadoria”, destaca.

Nos detalhes dos 12 quadros traçados a mão, com imagens das construções históricas da cidade, ela traça a memória do município dentro do artesanato. “Já retratei a Catedral, o Museu, que fiz todo em ponto russo, a Igreja de São Bernardo, o Castelinho da Cemig, entre outros. Já fiz 15 quadros da igreja turística de São José das Três Ilhas. Tudo é feito com muito trabalho e amor, vejo como uma terapia”.

Preço: entre R$ 5 e R$ 30. Os quadro são de R$ 150 a R$ 120

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