Em Juiz de Fora, mam?o ? sin?nimo de samba
Fernanda Monteiro
20/02/04
Paix?o pelo samba
A paix?o pelo samba come?ou com um desfile, aos 11 anos, na Feliz
Lembran?a, escola na qual o pai era diretor. "Da? em diante, virou cacha?a",
conta fazendo quest?o de dar um recado para quem quer, como ele, come?ar
cedo: "Antes de ouvir qualquer m?sica, procure ouvir a m?sica popular
brasileira. Que ? a mais rica do mundo. Se voc? escut?-la uma vez, n?o vai
parar mais".
Sempre gostou de cantar samba e, uma vez bem enraizado, nosso Mam?o deu bons frutos. A primeira composi??o veio com um convite de um amigo para participar de um festival de m?sica de Juiz de Fora, na d?cada de sessenta. O primeiro samba foi "?gua deu, ?gua levou", que falava das desaven?as de carnaval. A m?sica far? parte de seu segundo CD, que ser? lan?ado em mar?o de 2004.
Ao longo da carreira, foram mais de 200 sambas, alguns gravados por grandes nomes como Elen Lima, Alcione, Clara Nunes e Luis Air?o. O maior sucesso foi "Tristeza p? no ch?o". A m?sica foi interpretada por Clara Nunes, gravada no exterior e ficou 16 semanas nas paradas de sucesso. Composi??o preferida? "Todas elas. ? quest?o do momento", diz Mam?o. As influ?ncias vieram da m?sica popular brasileira e nomes como Noel Rosa e Cartola. "Depois veio Chico Buarque, que ? um Noel Rosa mais moderno. Acho que todo mundo se inspira no Chico Buarque". Sua maior satisfa??o ? ter participado ativamente do carnaval da cidade em todos esses anos, exercendo certo papel de lideran?a. O compositor tamb?m se orgulha de j? ter feito samba para quase todas as escolas de Juiz de Fora e de ter gravado um CD.
Bloco do Beco
Mam?o foi um dos fundadores do Bloco do Beco. "H? mais de trinta anos, um
grupo de amigos resolveu formar o bloco para preservar o carnaval de rua de
Juiz de Fora, que j? dava ind?cios de que estava acabando", conta Aguiar. Hoje, o bloco sai com cerca de 500 componentes e ? acompanhado por duas mil
pessoas na descida do cal?ad?o. "O povo ? carente desse tipo de coisa.
Quando v? uma oportunidade de se divertir gratuitamente, vai mesmo", avalia. N?o faltam epis?dios curiosos na hist?ria do Beco. "Em uma das primeiras vezes que sa?mos com carro de som, fomos com uma Kombi de v? vender laranja na feira. Na hora, a Kombi quebrou e tivemos que carregar o bloco e empurrar a Kombi com o dono dentro", conta o sambista. Em outra ocasi?o, foram obrigados a mudar o repert?rio "por motivo de for?a maior". Pois haviam feito um samba chamado "Saudade do casar?o", sobre a sa?da da delegacia da rua Batista de Oliveira. "Alguns policiais come?aram a rondar o pessoal do bloco, achando que o samba ia falar demais. A gente ent?o resolveu cantar Cora??o leviano?, do Paulinho da Viola", relembra Mam?o.
O samba deste ano ? o "Cantando pra n?o chorar" e faz cita??o de v?rios sambas. "Algumas escolas do Rio resolveram reviver sambas antigos e n?s aproveitamos para relembras algumas composi?es tamb?m", explica Mam?o.
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