SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - A mulher de um paciente internado em um hospital de São Gonçalo, no Rio de Janeiro, perdeu R$ 5 mil após ter caído em um golpe envolvendo informações sobre a saúde do próprio marido. Logo após ele ter sofrido um acidente de bicicleta e ser internado, os golpistas entraram em contato com ela para pedir dinheiro, com a justificativa de ajudar no tratamento do esposo.
A vítima, Graziela Pereira da Conceição, diz que nunca imaginou que poderia ser vítima de golpe envolvendo um assunto tão sério quanto a internação do marido e que se sentiu, antes de tudo, "impotente" diante da situação.
"Estou com o emocional muito abalado. Porque quando você se depara com seu marido, seu amigo, seu parceiro numa situação dessas, você não pensa duas vezes em ajudá-lo. O que vale o dinheiro?", afirmou ela, ao "Fala Brasil", do SBT.
O golpe ocorreu quando o marido foi encaminhado a um hospital particular em São Gonçalo, no Rio de Janeiro, após sofrer um acidente de bicicleta. O primeiro passo dos golpistas foi ligar para o celular dele, que estava em um quarto, pedindo o contato de um familiar. Depois foi Graziela quem recebeu o telefonema.
"Eu recebi uma ligação dizendo que o meu marido estava com leucemia. Aí eu me desesperei novamente e perguntei ao homem o que poderia fazer diante disso, para salvar a vida do meu marido. Ele falou que eu deveria fazer uma transferência de pix no valor de R$ 4,9 mil para ele poder dar continuidade ao tratamento e disse que se eu demorasse muito, ele podia vir a óbito", contou ela.
Graziela disse que, no início, não suspeitou de que estaria sendo vítima de um golpe. Ela só desconfiou de que havia algo errado quando os golpistas tornaram a entrar em contato com ela, pedindo mais dinheiro. Eles queriam mais R$ 3 mil."Eles entraram em contato para dizer que os exames mais acurados haviam acusado algo ainda pior. Ele tem que tomar essas duas ampolas no valor de R$ 1,5 mil cada uma. Foi aí que pensei que havia algo de errado. Me deu esse estalo e eu falei: 'isso é uma fraude'".
Após se dar conta de que havia sido vítima de um golpe, Graziela registrou o caso na delegacia. Como os golpistas tinham informações completas do paciente, como número de celular e número do quarto, a polícia investiga a participação de funcionários do hospital, cujo nome não foi revelado.
A reportagem entrou em contato com a Polícia Civil do Rio de Janeiro, que informou que o caso foi registrado na 81ª DP (Itaipu) como estelionato. "Diligências estão em andamento em busca de informações para identificar a autoria do crime e esclarecer os fatos", informou o órgão, em nota.
Graziela diz que vai entrar também com um processo jurídico contra o hospital."Chamaram meu marido para prestar esclarecimentos, dizendo que iam passar o caso para o jurídico, como das outras vezes, porque essa não teria sido a primeira nem a segunda vez que isso acontecia".
A reportagem procurou diversos contatos da Unimed Leste Fluminense, responsável pelo hospital onde ocorreu o caso, mas até o momento, não houve resposta aos questionamentos.
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