SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Hospital Israelita Albert Einstein anunciou nesta terça (6) a construção de um centro avançado de oncologia e hematologia com investimentos na ordem de R$ 1,2 bilhão, sendo R$ 400 milhões do Einstein e R$ 800 milhões do Grupo Bueno Netto e fundos de investimentos.
O início das obras está previsto para abril de 2023 e o término para 2025. O centro reunirá pesquisa e assistência em oncologia, com foco na prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação e suporte após o tratamento sob aspectos como físico, psicossocial, emocional e espiritual ("survivorship").
Localizado no Parque Global, bairro planejado que está sendo construído entre o Cidade Jardim e o Parque Burle Marx, na zona sul da capital paulista, o empreendimento chega com a meta de pôr o Einstein entre as dez melhores do mundo no cuidado ao câncer em cinco anos.
Hoje, a instituição figura em 16º lugar, sendo a primeira na América Latina, segundo o World?s Best Specialized Hospitals 2023, ranking da revista norte-americana Newsweek.
Segundo Sidney Klajner, presidente do Einstein, a ideia é concentrar no novo centro toda pesquisa e assistência oncológicas feitas na unidade do Einstein no Morumbi, na zona sul, e ampliar em 10 mil o número de novos casos atendidos.
Atualmente, mais de 25 mil pessoas são atendidas pelas unidades oncológicas do Einstein, que também estão no Hospital Municipal Vila Santa Catarina e no Hospital de Goiânia. São mais de 650 profissionais envolvidos no cuidado e parcerias internacionais com organizações como MD Anderson, City of Hope e John Hopkins. O hospital tem parcerias com o SUS em teleconsultas oncológicas.
"Diante da perspectiva de aumento de doenças oncológicas, a gente vê a oportunidade de não só ampliar a capacidade de atendimento, mas trazer para um mesmo ambiente um hospital que terá a sua parte de pesquisa de vanguarda na prevenção e detecção precoce do câncer, além de assistência com base naquilo que existe de mais moderno em equipamentos e conhecimentos", explica Klajner.
De acordo com um recente relatório do Inca (Instituto Nacional do Câncer), de 2023 a 2025, o Brasil terá 704 mil novos casos de cânceres a cada ano. A estimativa resulta em mais de 2 milhões de novos diagnósticos da doença no próximo triênio. Especialistas da área defendem que é urgente uma revisão das políticas públicas na área.
O novo centro oncológico ocupará uma área de 38 mil m², com dez salas cirúrgicas, sendo uma sala híbrida e duas salas de cirurgia robótica, 160 leitos, 20 UTIs, 20 semi-intensivas, 120 clínicas médicas cirúrgicas, 84 consultórios, 36 salas de quimioterapia e 15 postos de laboratório.
Também terá sistema de intervenção guiada por imagem, ressonância magnética, tomografia computadorizada, PETs CT (um dos exames mais precisos para a detecção do câncer), aceleradores lineares e banco de sangue. No local funcionará ainda um pronto-socorro oncológico para 12 mil atendimentos ao ano.
Um dos destaques do novo empreendimento, segundo Klajner, é a medicina personalizada, que inclui sequenciamento genético, inteligência artificial e terapia celular e que tem mudado radicalmente o tratamento do câncer.
"Cada tumor tem uma assinatura única e terapias personalizadas podem ser criadas de forma individualizada, com medicamentos que usam marcadores específicos nas células cancerígenas ou até mesmo reeducam o sistema imunológico", explica.
Segundo Klajner, a evolução tecnológica e do conhecimento tornou a maioria dos cânceres ou doenças hematológicas curável, mas a detecção precoce continua sendo o maior desafio. "O desfecho de cura e o gasto para isso se apoia na detecção precoce e, principalmente, na medicina personalizada."
Isso quer dizer que por meio de sequenciamento genético é possível tanto escolher o tratamento mais adequado para o paciente, evitando terapias aleatórias e trocas quando elas falham, quanto atuar na detecção do risco aumentado para determinados tumores.
"Pode parecer muito caro a gente falar de genômica hoje, mas é o que vai permitir você, no futuro, tratar a doença precoce de forma mais barata e com melhores desfechos do que o diagnóstico tardio."
De acordo com Adalberto Bueno Netto, presidente do Grupo Bueno Netto, responsável pela construção do Parque Global em parceria com a Related Group, a chegada do Einstein ao novo bairro planejado criará algo inovador.
A estrutura do Einstein será construída em um complexo de inovação, saúde e educação, que contará um prédio de consultórios médicos e um hotel.
O Parque Global está sendo erguido em um terreno de 218 mil m² na marginal Pinheiros, sendo 40 mil m² ocupados pela área residencial com cinco torres de 47 andares cada e um shopping center e mais de 40 mil metros quadrados de área residencial.
Com um VGV (Valor Geral de Vendas) de R$ 11,5 bilhões, é considerado o maior projeto imobiliário em desenvolvimento da América Latina. Foi o primeiro empreendimento imobiliário do país a ter acesso a uma linha de financiamento do Santander exclusiva para projetos sustentáveis.
Um dos grandes diferenciais do empreendimento é o paisagismo, constituído exclusivamente com espécies nativas da Mata Atlântica que se conecta às áreas verdes do entorno.
O projeto do novo bairro também prevê execução de três novas pistas locais na marginal Pinheiros em toda a extensão do terreno e previsão de interligação com uma estação da linha 17-ouro do metrô.
O Parque Global também é responsável pelo consórcio que está implantando o Parque Linear Bruno Covas, projeto com 17 km de extensão que está recuperando a margem oeste do rio Pinheiros.
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ESTRUTURA DO NOVO CENTRO ONCOLÓGICO DO EINSTEIN
Área: 38 mil m²
Salas cirúrgicas: 10, sendo uma sala híbrida e duas salas de cirurgia robótica
Leitos: 160 leitos automatizados
UTIs : 20
Unidades semi-intensivas: 20
Clínicas médicas cirúrgicas: 120
Consultórios: 84
Salas de quimioterapia: 36
Postos de laboratório: 15
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