SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - As siglas Prodes e Deter são usadas nas notícias e discussões sobre o desmatamento no Brasil. Apesar de ambos os termos estarem relacionados à derrubada de floresta, há algumas diferenças entre esses dois programas do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
Uma boa forma de já diferenciar os dois é a frequência com a qual você escuta os termos. Isso porque os dados de desmatamento do Deter (Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real) são constantemente atualizados, com informações novas todas as semanas.
Já os dados do Prodes (Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite) são, atualmente, divulgados apenas duas vezes por ano.
A primeira, usualmente nos últimos meses do ano, é uma estimativa, em quilômetros quadrados, da floresta derrubada de agosto do ano anterior até julho do ano em questão. Próximo ao meio do ano seguinte, a taxa de desmate consolidada --para o mesmo período divulgado no fim do ano anterior-- é também tornada pública.
O Prodes e o Deter diferem ainda em finalidade e em precisão. O primeiro é "o dado" de desmatamento em si, usado para apresentação e negociação internacional.
O Fundo Amazônia --que foi paralisado por ações do governo Bolsonaro-- é um bom exemplo de uso da taxa registrada pelo Prodes. Os recursos para o fundo eram captados conforme eram registradas reduções de emissões de gases-estufa associadas a desmatamento (no Brasil, a maior parte das emissões tem essa origem). Os dados do Prodes são parte desse cálculo.
Já o Deter foi criado para possibilitar ações mais rápidas de fiscalização e combate a crimes ambientais. Até por isso, as áreas apontadas no programa Deter são, costumeiramente, associadas à ideia de avisos de desmatamento.
A precisão de detecção de derrubada do Deter é, de forma geral, menor em relação à do Prodes.
Apesar de não ser destinado à mensuração de desmate, o Deter pode ser usado para observar as tendências de crescimento, queda ou manutenção do desmatamento na Amazônia.
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