SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O serviço Uber Moto, anunciado em São Paulo nesta quinta (5), deve ficar suspenso por tempo indeterminado no município. A prefeitura vai criar um grupo de trabalho para analisar a viabilidade e a segurança do serviço e, enquanto esse processo não for concluído, a modalidade vai seguir vetada.
A decisão foi tomada durante uma reunião do CMUV (Comitê Municipal de Uso do Viário) e de representantes da gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB). O comitê pediu a apresentação de uma proposta formal de prestação de serviço com detalhes sobre a segurança para passageiros e motoristas.
O grupo de trabalho deverá "discutir de que forma a atividade pode ser oferecida de forma legal e com a maior segurança possível". O órgão deve ter representantes de empresas interessadas, especialistas e motociclistas.
Segundo o relato da gestão municipal, a Uber informou durante a reunião que, na prática, o transporte de passageiros por motocicleta ainda não está disponível na cidade.
A Folha mostrou que, apesar do anúncio, a opção ainda não estava disponível para aplicativos na região central. A empresa disse que isso ocorria por falta de motociclistas cadastrados.
A Prefeitura não informou se o grupo de trabalho tem prazo para conclusão dos estudos -normalmente, esse tipo de colegiado não tem prazo para trabalhar.
Os motoristas de moto estão entre aqueles que mais morrem no trânsito. No ano passado, um total de 380 motociclistas morreram em acidentes na capital, segundo dados do Infosiga (sistema de monitoramento de acidentes de trânsito do governo paulista). Isso representa 45% de todas as mortes no trânsito ao longo do ano. Houve um aumento em relação a 2021, quando houve 317 mortes de condutores de moto.
A Prefeitura tem uma meta de diminuir o número de mortos no trânsito, de 6,5 para 4,5 mortes para cada 100 mil habitantes. Uma das iniciativas que a gestão municipal tem tomado é a implantação de faixas azuis que orientam a passagem de motos em algumas avenidas.
O mototáxi é tema de longo debate em São Paulo. Em junho de 2018, o então prefeito Bruno Covas (PSDB) sancionou uma lei proibindo o transporte remunerado de passageiros em motocicletas.
No ano seguinte, o Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu que a lei é inconstitucional e liberou a atividade na cidade, embora não exista regulamentação.
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