SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Uma ave extinta desde a década de 1660 pode voltar à vida. Esse é o plano dos cientistas de uma startup especializada em DNA, que escolheram o pássaro conhecido como dodô para ser seu objeto de pesquisa.
A Colossal Biosciences anunciou recentemente que planeja ressuscitar a ave, tirando-a do grupo de extinção e a libertar em seu habitat natural, segundo o The Sun.
O dodô é uma antiga espécie das ilhas Maurício, que fica a leste de Madagascar, no Oceano Índico. O animal foi considerado extinto por volta do século 17 e tinha como característica não conseguir fazer voos longos.
A Colossal Biosciences conseguiu um exemplar raro do DNA do dodô para viabilizar a sua ressurreição. O material genético para a realização desse procedimento foi encontrado em fósseis da espécie, especialmente ossos.
De acordo com Beth Shapiro, paleogeneticista-chefe da startup, as amostras de DNA de dodôs foram achadas em ossos de um espécime preservado em um museu na Dinamarca.
Para Ben Lamm, co-fundador da Colossal Biosciences, o estudo do material genético do animal extinto pode ser também a oportunidade de reparação pelos erros e catástrofes da ação humana na natureza.
"Acho que esta é uma oportunidade em que, dada a natureza artificial da extinção do dodô, o homem poderia não apenas trazer o dodô de volta, mas também consertar o que foi feito em partes do ecossistema para reintroduzi-los. Há muitos benefícios do ponto de vista da conservação, em termos do que podemos aprender."
VERSÃO 'INTERMEDIÁRIA'
Os cientistas também declararam que estão planejando criar uma versão "intermediária" do pássaro extinto. Em outras palavras, eles pretendem usar o DNA coletado para que o novo dodô não seja exatamente um clone do original.
A criatura semelhante ao dodô antigo será feita usando genomas meticulosamente sequenciados de espécimes reais da ave. Os cientistas afirmaram que tentarão juntá-los com genomas de parentes próximos da ave que não voa.
Eles acreditam que essa combinação poderia criar um conjunto completo de genomas que podem ser editados e usados
"Temos a expectativa de usar, primeiro, genoma comparativo para que possamos obter pelo menos um, e esperamos mais, genomas de dodô que possamos usar para olhar e ver como essas aves são semelhantes entre si e diferentes de outros animais".
Embora o processo de edição de genes e criação do novo animal provavelmente leve muito tempo, os pesquisadores não têm pressa para liberar o animal na natureza.
Eles desejam inserir sua nova versão do dodô nas ilhas Maurício, lar de seus ancestrais.
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