O documentário A Última Floresta, que retrata o cotidiano do povo indígena yanomami, será o último filme a ser exibido no anexo do Espaço Itaú de Cinema, na Rua Augusta, na capital paulista, na noite de hoje (16). O espaço onde está o cinema, um prédio histórico, foi vendido para uma incorporadora e, agora, é alvo de disputa judicial. A Justiça deu até amanhã (17) para a prefeitura se explicar sobre os pedidos de tombamento da área.
O prazo dado à prefeitura atendeu um pedido do Ministério Público, que quer impedir a desocupação do imóvel. A petição requer que a área seja considerada Zona de Proteção Cultural, o que impediria o fechamento do cinema.
O anúncio da desativação provocou protestos no meio cultural, que reuniu cerca de 50 mil assinaturas. A Associação Paulista de Cineastas emitiu uma carta, assinada por Beto Brant, Marina Person, entre outras personalidades, pedindo que o espaço não seja fechado.
Desde a inauguração, em 1995, o anexo promoveu quase 94 mil sessões. Além de passar filmes independentes, promoveu cursos, debates e projetos, como o Escola no Cinema, Sessão Cinéfila, Clube do Professor e Curtas às Seis, e ainda exibições da Mostra Internacional de Cinema.
O diretor de programação do Anexo, Adhemar Oliveira, diz que aguarda a movimentação da sociedade e da Justiça sobre o fechamento, ou não, do local. “O encerramento das atividades de um cinema é sempre triste para quem trabalha no cinema, assim como os espectadores. É um local que reúne sentimentos presentes e passados das memórias afetivas de todos os espectadores”, disse.
Em nota, o Espaço Itaú de Cinema lamentou o fim das atividades no imóvel. Ressaltou que a abertura do espaço ajudou a revitalizar a cultura e o comércio na região, antes caracterizada pela prostituição.
* Com informações de Leandro Martins, repórter da Rádio Nacional
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