O Rio de Janeiro recebe nesta quinta-feira (16) e sexta-feira (17) na Lapa, região central da cidade, o Festival Teatro das Oprimidas, com uma programação voltada para celebrar o feminismo. O festival traz uma pauta política alinhada com o método teatral criado pelo falecido dramaturgo Augusto Boal, que defendia o palco como lugar de transformação da realidade social. Dezesseis de março é a data de nascimento de Boal e também o Dia Nacional do Teatro do Oprimido.
O Teatro das Oprimidas é um coletivo que sistematiza o método criado pelo dramaturgo e o aplica a partir de um protagonismo feminino negro. No festival, está prevista uma série de eventos como apresentações de peças, performances, documentários e exposições que, segundo as organizadoras, “estão focados na luta das mulheres por igualdade de direitos, pelo fim do machismo e do patriarcado”. Nesse sentido, há temas transversais como gênero, raça, diversidade, migração, meio ambiente e território.
O festival também se propõe a aproximar palco e plateia, promover debates sociais por meio da arte. Uma dessas técnicas tem destaque na programação: o Teatro-Fórum, que coloca problemas diante dos espectadores, para que eles respondam com possíveis soluções.
Já o espetáculo Gêneres usa a técnica para discutir se o conceito de gênero, dentro de uma estrutura binária, promove intolerância e violência na sociedade. A direção é de Bárbara Santos, criadora do Teatro das Oprimidas. Na performance Isso não é Bla-Bla-Bla, do Grupo Ponto Chic, são abordadas as denúncias de violências contras as mulheres no Brasil. O elenco usa exemplos do noticiário para criticar a falta de políticas públicas sobre o tema e combater a cultura do estupro no país.