SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Belo Horizonte foi a cidade que mais perdeu posições em um ranking anual de saneamento após ver queda nos índices de população atendida por água tratada e aumento nas perdas de água tratada. Além disso, a cidade investe R$ 44 por habitante por ano, quase metade da média nacional, R$ 82, o que impediu a evolução de indicadores e deixou a capital mineira atrás de outras cidades.
As informações são do Instituto Trata Brasil, que elabora o Ranking do Saneamento em parceria com a consultoria GO Associados. As perdas de água tratada, por sua vez, aumentaram nos três indicadores do estudo: faturamento, distribuição e volumetria (água perdida diariamente em cada ligação).
A Prefeitura de Belo Horizonte, que caiu da 37ª para a 47ª posição, aponta como uma das causas o aumento de ocupações irregulares.
Segundo a administração municipal, a cobertura de saneamento básico tem aumentado na cidade desde 2002, quando começou a funcionar um convênio entre a capital e o Governo de Minas para a prestação de serviços por meio da estatal Copasa.
A gestão Fuad Noman (PSD) afirma que a cidade tem 100% de disponibilidade de água e relaciona a queda de indicadores ao aumento no número de imóveis que consomem água mas não estão ligados oficialmente à rede de distribuição.
As razões podem ser imóveis vazios, abandonados ou por questões econômicas. "Mas na maioria dos casos pela dificuldade ou impossibilidade do morador de absorver os custos referentes à tarifa deste serviço", diz a prefeitura. A administração diz que os cidadãos inscritos no Cadastro Único têm direito à tarifa social, mais barata, na conta de água.
Já a Copasa diz que trabalha junto com a prefeitura para regularizar ligações clandestinas em áreas de vulnerabilidade social.
De acordo com a companhia, há um projeto de regularização de ligações na Vila Maria Tereza para ampliar a cobertura de esgotamento sanitário. A região, segundo a Copasa e a prefeitura, já tem o serviço de água potável.
A ocupação Izidora, iniciada em 2013, ainda não tem esgoto tratado. O local, formado pelas comunidades Rosa Leão, Esperança, Vitória e Helena Greco, deve receber obras de R$ 30 milhões para abastecimento de água e tratamento de esgoto. O projeto, segundo a Copasa, já foi contratado.
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