BRASÍLIA, DF (UOL/FOLHAPRESS) - A Polícia Civil de Mato Grosso prendeu Edno de Abadia Borges, 60, suspeito de matar, com ao menos dois tiros na região do abdômen, o amigo Valter Fernando da Silva, no domingo (19). Ele deve passar por audiência de custódia amanhã.

DISCORDÂNCIA POLÍTICA TERIA MOTIVADO BRIGA

Segundo a corporação, a vítima apoiava o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o suspeito é eleitor de Lula. Segundo Irani da Silva, mãe da vítima, Edno e Valter eram amigos. À reportagem, ela disse ter sido informada sobre a morte do filho na madrugada desta segunda-feira (20).

A Polícia Civil não trabalha com a hipótese de crime político. "Não há como classificar o crime como político porque até onde apuramos não houve motivação desse tipo. O que houve foi um crime qualificado por motivo fútil, que foi a divergência política ou ideológica", disse à reportagem.

De acordo com o delegado José Ramon Leite, Edno não tem registro de porte e nem posse de arma de fogo. A vítima e o suspeito não tinham passagens criminais.

"O suspeito, acompanhado por seu advogado, se entregou e foi preso em vista que haviamos representado ao Poder Judiciário pela prisão preventiva, que foi deferida. Portanto, ele se encontra detido", afirmou o delegado.

'NÃO HÁ JUSTIFICATIVA', DISSE LULA

À reportagem, a assessoria de Lula disse lamentar o ocorrido: "O presidente já falou -e reitera- que não há justificativa para violência política, e que as diferenças devem ser respeitadas e resolvidas por diálogo. Jamais com tiros"

A reportagem entrou em contato com os assessores do PL e de Bolsonaro. Em caso de manifestação, este texto será atualizado.

OUTRO CASO DE INTOLERÂNCIA POLÍTICA

Em setembro de 2022, um homem identificado como Benedito Cardoso dos Santos, de 42 anos, foi assassinado com golpes de faca e machado, durante uma discussão por questões políticas. Ele era apoiador do então candidato à Presidência da República pelo PT.

O autor do crime, Rafael Silva de Oliveira, de 24 anos, era apoiador de Bolsonaro. Ele foi identificado pelas autoridades quando foi buscar ajuda em uma unidade de saúde por conta de um corte na mão. Do hospital, Rafael foi levado à delegacia, onde ficou preso e confessou o crime por "motivação política".


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