SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O último dia do mês começou nesta sexta-feira (31) com duas falhas em linhas da CPTM. Com isso, março termina com ao menos oito falhas no transporte sobre trilhos de São Paulo.

Essas falhas têm testado a paciência dos passageiros. A Promotoria investiga os problemas e promete ações.

Nesta sexta, a linha 7-rubi circulou com velocidade reduzida e maior tempo de parada entre as estações Pirituba e Perus.

Em evento na manhã desta sexta para comemorar os cinco anos da linha 13-jade, o presidente da CPTM, Pedro Moro, afirmou que a companhia vai avaliar o que aconteceu na linha 7, mas disse que houve um problema no pantógrafo, dispositivo no topo do trem para a alimentação elétrica, provocou o transtorno a milhares de passageiros bem no horário de pico.

Segundo o executivo, o dispositivo enroscou na rede aérea. E, como há necessidade de deslocar uma equipe em outro trem, desenergizar a linha e fazer o reparo, houve demora --a circulação só foi normalizada por volta das 9h20, mais de três horas após o início da pane.

"Talvez um objeto que tenha sido jogado enroscou onde houve o problema", disse, citando que o sistema da CPTM é a céu aberto.

"Fazemos a manutenção necessária, mas quando acontece [um problema] temos que correr atrás para resolver."

Na linha 11-coral, também da CPTM, houve uma falha de sinalização. Por conta disso, os trens circularam com velocidade reduzida entre as estações Luz e Brás, nos dois sentidos.

Na quinta (30), os usuários das linhas da concessionária ViaMobilidade precisaram de muita paciência. Após o descarrilamento de uma composição logo de manhã, na linha 8-diamante, outro problema foi identificado à tarde na linha 9-esmeralda, que liga Osasco, na zona oeste da Grande São Paulo, até a estação Mendes-Vila Natal, no extremo sul da capital paulista.

Uma falha técnica em um trem na estação João Dias, no bairro de Santo Amaro, na zona sul, acabou criando uma reação em cadeia em toda a linha, justamente no horário de pico da volta dos trabalhadores para casa. Com as demais composições circulando em menor velocidade e ficando paradas por vários minutos nas estações, as plataformas superlotaram.

Em nota, às 19h50, a concessionária informou que os trabalhos de reparo ainda estavam em andamento. "Técnicos da ViaMobilidade atuam neste momento para normalizar a operação na linha 9-esmeralda, que opera com velocidade reduzida e maior tempo de parada nas estações, devido a um trem que apresentou falha na região da estação João Dias."

As linhas 8-diamante e 9-esmeralda são administradas pela ViaMobilidade desde janeiro de 2022 e já acumulam diversas falhas técnicas. O Ministério Público de São Paulo investiga as ocorrências e já anunciou que poderia pedir na Justiça o fim da concessão das linhas, com quebra de contrato, além de indenizações.

Na manhã do último dia 18, um trem descarrilou também na linha 8-diamante, desta vez entre as estações Sagrado Coração e Itapevi. Passageiros relataram que ficaram presos nos vagões, sem sistema de refrigeração operante, e que abriram as portas por conta própria e andaram sobre os trilhos. Uma mulher passou mal e precisou ser socorrida.

Na ocasião a ViaMobilidade atribuiu o descarrilamento a uma falha em um equipamento de via.

O caso mais grave, porém, aconteceu na noite do último dia 14, quando dois funcionários terceirizados da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) foram atropelados por um trem na linha 12-safira, entre as estações Tatuapé e Engenheiro Goulart.

Um dos trabalhadores, de 52 anos, morreu no local. O outro, de 48, foi ferido nas costas e levado para hospital. O acidente aconteceu por volta das 20h40 e, segundo a CPTM, os funcionários eram treinados para atuar no local.

No dia 8 de março foram os usuários do Monotrilho (linha 15-prata) os prejudicados. Uma colisão frontal entre dois trens, no trecho entre as estações Sapopemba e Jardim Planalto, paralisou por três horas a operação da linha, administrada pelo Metrô.

De acordo com a companhia, o acidente aconteceu por volta das 4h30, durante o posicionamento dos trens ao longo da linha. Segundo Antônio Barros, gerente de operações do Metrô, a colisão ocorreu no momento em que o carrossel de trens era preparado para distribuir os trens na via, antes do início da operação. As causas são investigadas.

No dia seguinte, nova colisão entre trens do monotrilho foi flagrada por uma equipe da TV Globo, durante a madrugada. O segundo acidente aconteceu no momento em que funcionários trabalhavam para separar os dois trens. A circulação de trens na linha 15-prata ficou suspensa naquela manhã.

Devido a um histórico de falhas e transtornos envolvendo o monotrilho, o Ministério Público de São Paulo afirmou que em abril fará uma reunião com o Metrô e o CEML (Consórcio Expresso Monotrilho Leste) para chegar um acordo para a correção dos problemas.

A Promotoria de Justiça do Patrimônio Público e Social disse que também solicitará uma indenização por danos coletivos e ao patrimônio público por considerar que a obra foi mal executada.

A proposta que será feita na reunião faz parte de um inquérito, instaurado em 2020, que apura irregularidades na interrupção da circulação dos trens do monotrilho em fevereiro daquele ano, após o estouro de um pneu.

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AS FALHAS EM MARÇO

1 - Linha 7-rubi: Falha devido a uma avaria no pantógrafo, equipamento que liga o trem à rede aérea de energia, no dia 31 de março

2 - Linha 11-coral: Falha em sinalização causou lentidão entre as estações Luz e Brás, em 31 de março

3 - Linha 8-diamante: Descarrilamento de uma composição, no dia 30 de março

4 - Linha 9-esmeralda: Falha técnica em um trem na estação João Dias, em 30 de março

5 - Linha 8-diamante: Descarrilamento de trem entre as estações Sagrado Coração e Itapevi, em 18 de março

6 - Linha 12-safira: dois funcionários terceirizados da CPTM foram atropelados por um trem, entre as estações Tatuapé e Engenheiro Goulart. Um deles morreu. No dia 14 de março.

7 - Linha 15-prata do Monotrilho: Colisão frontal entre dois trens, no trecho entre as estações Sapopemba e Jardim Planalto, em 8 de março.

8 - Linha 15-prata do Monotrilho: No dia seguinte, nova colisão quando funcionários tentavam separar dois trens que se chocaram no dia anterior.


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