SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - Uma mãe enviou um pedido de socorro para a escola do filho relatando violências sofridas por ela e as crianças, por meio de uma carta.

A mulher, de 31 anos, pediu que o filho de 10 anos entregasse o bilhete à diretora da escola, que acionou a Polícia Militar. O caso aconteceu em Engenheiro Caldas (MG), no Leste de Minas.

Na carta, a mãe relatava ser vítima de ameaças, agressões físicas, psicológicas e maus tratos, juntamente com os quatro filhos, e indicou o companheiro como autor das violências.

A mulher foi encontrada em casa, na zona rural do município, "bastante nervosa" e confirmou os relatos, segundo boletim de ocorrência da PM. Ela disse que vivia em união estável com o suspeito há aproximadamente 10 meses. O homem não foi encontrado.

A mulher também afirmou que era proibida de sair de casa, que não tinha privacidade para ligar para familiares, e que só podia usar as roupas que o homem autorizasse.

A vítima ainda relatou aos policias que o suspeito proibia as crianças, filhas dela de outro relacionamento, de brincarem e estudarem, e até os forçava a trabalhar, realizando serviços braçal e perigosos.

No último domingo (21), o homem a teria agredido com golpes de falcão, causando um corte na mão esquerda dela. Após as agressões, o suspeito teria a deixado trancada em um quarto e os filhos dela em outro cômodo do imóvel por várias horas, sem saber precisar o tempo.

Em outros momentos, o suspeito ainda teria utilizado armas de fogo para torturar e ameaçar a mulher e seus filhos. Segundo contou à polícia, o homem a torturava psicologicamente ameaçando matar as crianças caso ela acionasse a PM.

Na casa, a polícia encontrou e apreendeu duas espingardas de fabricação caseira. Segundo uma das crianças, o suspeito fugiu assim que avistou a viatura da polícia se aproximando. A PM acionou o Conselho Tutelar municipal, que providenciou acolhimento para a família e transporte até Governador Valadares, onde residem familiares da vítima.

A Polícia Civil informou que investiga o caso como lesão corporal, e que vai ouvir testemunhas e a vítima, além de apresentar a possibilidade para que ela peça as medidas protetivas de urgência e outras providências para proteção dela mesma e de seus filhos.


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