FORTALEZA, CE (FOLHAPRESS) - Pelo menos três veículos foram incendiados nesta quinta-feira (10) em meio a conflito entre facções criminosas na periferia de Fortaleza. Dois adolescentes foram apreendidos sob suspeita de participarem de uma das ações.
Os ataques na região de Carlito Pamplona mobilizaram cerca de 170 policiais civis e militares na repressão e investigação das ações. O governador Elmano de Freitas (PT) afirmou estar acompanhando, de Brasília, a situação no estado.
"Quaisquer ataques criminosos não serão tolerados e serão respondidos à altura", escreveu ele em suas redes sociais.
Em vídeo que circula nas redes sociais, cuja veracidade foi confirmada pela polícia, é possível ver uma dupla numa moto que se aproxima de um carro parado no semáforo e obriga os ocupantes a sair. Na sequência, um dos criminosos joga um produto químico no carro e ateia fogo. O segundo suspeito, que aguarda na moto, fica na cobertura. Os dois fogem em seguida.
A Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará informou que equipes do 20º Batalhão da Polícia Militar do estado capturaram dois adolescentes suspeitos de envolvimento em um dos incêndios. Não há registro de feridos.
Segundo a polícia, os pontos de ataques são conhecidos como áreas de forte atuação de facções criminosas em conflito. A polícia fez bloqueios na região.
"As investigações estão a cargo da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas da Polícia Civil do Estado do Ceará. A Coordenadoria de Inteligência auxilia nos trabalhos", afirma a nota da secretaria.
Segundo as investigações, os incêndios criminosos ocorrem um dia após o assassinato de um homem, cujo nome não foi divulgado, e da prisão de dois suspeitos pelo homicídio: Jamerson Bruno Alves, 20, com antecedentes criminais como porte ilegal de arma, furto, roubo e crime contra a administração publica; e Wesley de Brito Ferreira, 25, com passagens por tráfico de drogas. Com eles foi apreendido um revólver 38 e munição.
Um comerciante na área de conflito, que pediu anonimato, disse à reportagem que há dias os moradores vivem num clima de insegurança no bairro. Ele sugere que o crime organizado ordena toque de recolher em algumas ocasiões.
A secretaria municipal da Educação informou que acompanha a situação ocorrida nas proximidades de duas escolas. Ainda segundo o órgão, as unidades receberam reforço da guarda municipal de Fortaleza. "Estamos oferecendo à comunidade escolar o suporte do serviço de psicologia escolar."
A sensação de insegurança em Fortaleza não acontece somente em bairros isolados ou de periferia. Na quarta-feira (9), motociclistas cercaram um ônibus e dispararam rojões contra os passageiros, em um dos cruzamentos mais movimentados da cidade.
As câmeras de segurança de um prédio flagraram o momento exato em que um ônibus da linha Arena Castelão/Papicu é cercado pelo grupo. Segundo a polícia, o caso ocorreu após o jogo entre Fortaleza e Libertad pela Copa Sulamericana, no Castelão. Os suspeitos gritavam músicas de torcidas organizadas.
A PM foi acionada, mas quando chegou ao local, a confusão já tinha sido controlada.
"A corporação foi até o local para atender um ônibus apedrejado. Chegando no endereço, não encontramos nada. Pedimos para que a população que flagrou a situação, ou tenha sido vitima da situação, faça um boletim de ocorrência para que o caso possa ser investigado", disse a PM.
Ainda segundo a polícia, pelo menos dez motos participaram do ataque.
Em nota, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Ceará lamentou e repudiou o ato de vandalismo.
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