RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A Justiça de Goiás condenou nesta terça-feira (29) dois réus pela morte de Ariane Bárbara Laureano de Oliveira, 18, em Goiânia. A jovem foi assassinada com golpes de faca em 24 de agosto de 2021.
Raíssa Nunes Borges foi condenada a 15 anos de prisão, e Jeferson Cavalcante Rodrigues pegou 14 anos de prisão, ambos por homicídio qualificado por motivo torpe e ocultação de cadáver. Eles já estão presos e cumprirão pena no presídio Odenir Guimarães, em Aparecida de Goiânia.
A defesa de Raíssa, representada pelo advogado Luciano de Oliveira Rezende, afirmou que vai recorrer da sentença pedindo a reanálise da dosimetria da pena. A defesa de Jeferson, representada pelo advogado Luiz Carlos Ferreira, afirmou que a pena "foi exacerbada" e que também irá recorrer.
Em março, o Tribunal do Júri já havia condenado Enzo Jacomini Carneiro Matos a 15 anos de prisão pelo assassinato de Ariane.
A sentença do juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 3ª Vara dos Crimes Dolosos contra a Vida, foi proferida após o Tribunal do Júri, composto por sete jurados, quatro homens e três mulheres, votar pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver.
A sentença de Alcântara afirma que, de acordo com informações do inquérito que investigou a morte, Jeferson, Raíssa, Enzo e uma adolescente conheceram Ariane em uma pista de skate pública em Goiânia. Raíssa teria contado aos amigos que queria fazer um teste para saber se tinha traços de psicopatia.
Ainda segundo a investigação, o grupo chamou Ariane para lanchar. Dentro de um carro, numa mata no bairro Setor Jaó, em Goiânia, Raíssa tentou estrangular Ariane, mas não conseguiu. Com o veículo em movimento, Enzo trocou de assento com Raíssa, tentou enforcar a vítima pelas costas com um mata-leão. Desmaiada, Ariane foi morta com golpes de faca.
O corpo foi levado para um matagal e foi coberto por terra e pedras. O inquérito, segundo o Tribunal de Justiça de Goiás, apontou ainda que os quatro envolvidos se limparam em um banheiro público.
Eliane Laureano da Silva, mãe de Ariane, contou durante depoimento a trajetória de buscas pela jovem, que ficou sete dias desaparecida até ter o corpo encontrado no matagal. Eliane chamou Raíssa e Jeferson de assassinos e pediu justiça.
Também durante depoimentos, Raíssa afirmou estar arrependida e Jeferson disse ter agido por medo.
Na sentença, o juiz afirma que Raíssa e Jeferson foram diagnosticados com transtornos mistos de personalidade pela junta médica do Tribunal de Justiça, mas que a dupla era "plenamente capaz de entender e determinar-se diante dos fatos".
"Os motivos são graves, tendo em vista que o crime foi cometido para testar a perversidade social e moral de terceira pessoa."
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