SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Polícia Civil de São Paulo, com apoio da GCM (Guarda Civil Metropolitana), prendeu 11 pessoas na cracolândia, no centro da capital, em duas operações realizadas nesta quarta (13) e quinta-feira (14). Os presos são suspeitos de tráfico de drogas, associação para o tráfico, tentativa de homicídio e porte ilegal de arma.

A investigação identificou dois homens envolvidos com o tráfico na região, segundo a SSP (Secretaria da Segurança Pública), e solicitou à Justiça a prisão temporária da dupla, que foi concedida. A apuração também mostrou que uma comunidade próxima do fluxo, como é chamada a concentração dos dependentes químicos, funcionava como local importante para a logística de distribuição de drogas no centro da cidade.

Um dos alvos principais foi detido na quarta, segundo a polícia. Com ele foram apreendidos um celular roubado e uma arma de fogo -ele foi preso em flagrante por porte ilegal de arma e receptação.

Nessa primeira etapa da operação a polícia também localizou uma "casa bomba" -como são chamados os espaços que armazenam as drogas antes da distribuição- em Poá, na Grande São Paul. No local foram apreendidas porções de maconha, cocaína, crack e K9, bem como cadernos de anotações do tráfico.

Na segunda fase da ação, realizada desde as primeiras horas desta quinta-feira, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão. Os agentes localizaram dois hotéis usados como esconderijo por uma dupla de traficantes que atuava na região central, ainda segundo a polícia. Porções de drogas foram apreendidas, e os dois foram presos em flagrante. Um terceiro suspeito também foi detido por porte ilegal de arma de fogo.

A polícia afirma que, no total, foram apreendidos R$ 21 mil em espécie, 378 pedras de crack, 228 porções de cocaína, 212 porções de K9 e 192 porções de maconha, todas já embaladas para venda, além de um tijolo de maconha, cinco balanças, sete celulares e uma pistola 9 mm.

As investigações continuam para localizar e prender o segundo alvo da investigação, diz a polícia.

Na operação desta quinta, que busca identificar e prender traficantes que atuam no fluxo -hoje concentrado na rua dos Gusmões, na Santa Ifigênia-, foram presas oito pessoas por tráfico de drogas e associação para o tráfico, sendo que três delas também foram indiciadas por tentativa de homicídio.

Os policiais ainda flagraram 15 condenados descumprido medidas cautelares impostas pelo poder Judiciário. Além disso, duas pessoas sobre as quais constavam queixas de desaparecimento foram localizadas.

Os agentes apreenderam R$ 1.800 em dinheiro e 419 pedras de crack, além porções de outras drogas, como maconha e K9. Também foram apreendidos utensílios como facas, estiletes e balanças, e perucas supostamente usadas pelos criminosos foram encontradas.

Cães farejadores foram usados na revista de usuários e seus pertences, e também de imóveis.

CÂMERAS DEPREDADAS

Conforme a Folha de S.Paulo publicou na quarta, as câmeras do Smart Sampa, uma das apostas da prefeitura para conter atos de violência na região da cracolândia, estão sendo depredadas.

O Smart Sampa é um programa de monitoramento e reconhecimento facial. Um mês após o início do contrato, que passou a ter validade em agosto, 11 equipamentos fixados no topo de postes foram destruídos, segundo informações do consórcio Smart City SP, vencedor da licitação aberta pela gestão Ricardo Nunes (MDB).

Imagens registradas por testemunhas mostram a técnica usada pelos dependentes químicos para cometer os atos de vandalismo. Eles escalam os postes -que têm cerca de dois metros de altura- e removem os aparelhos com golpes e socos.

As câmeras depredadas tinham sido instaladas nos bairros de Santa Ifigênia e Campos Elíseos. Até esta terça-feira (12), o consórcio contabilizava quatro equipamentos destruídos no cruzamento da avenida Rio Branco com a rua dos Gusmões; três na esquina das ruas Conselheiro Nébias e Gusmões; duas na rua Guaianases, na altura do número 504; e mais duas câmeras depredadas na rua General Osório, 453.

A Secretaria Municipal de Segurança Urbana e o Consórcio Smart City SP afirmam que os equipamentos já instalados ainda não estão em funcionamento, uma vez que o início da operação do programa está previsto para outubro. O número de câmeras já fixadas não foi informado pela empresa, mas o contrato prevê a instalação de 200 na região central nesta fase preliminar do Smart Sampa.


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