CAMPO GRANDE, MS (FOLHAPRESS) - A queda de um raio pode ser a causa de incêndio que já destruiu cerca de 500 hectares em Bonito, Mato Grosso do Sul, cidade conhecida como um dos principais pontos turísticos do estado. A área atingida é de difícil acesso, próximo da margem direita do Rio Formoso e, embora as chamas estejam sob controle, a situação é de alerta.
De acordo com o Corpo de Bombeiros, o fogo foi detectado na última segunda-feira (18), por satélite, na área que fica a 17 quilômetros da área urbana de Bonito.
Por ser área de brejo, com vários pontos de alagamento e de difícil acesso, até a chegada da equipe dos bombeiros, as chamas se propagaram.
Reforço foi acionado e, no total, 48 militares de Bonito, Campo Grande, Corumbá e Aquidauana combateram o incêndio na área.
As equipes se dividiram em quatro frentes de combate na tentativa de cercar o fogo e evitar, principalmente, que ele chegasse à margem do rio Formoso e atingisse a mata ciliar. Nesta quinta (21), duas aeronaves foram acionadas, uma delas com capacidade para 3.000 litros de água.
A informação do Corpo de Bombeiro é que hoje a situação é considerada sob controle, sem risco de grandes propagações. Porém, as equipes vão se manter no local, em revezamento, para evitar as reignições, ou seja, o retorno do fogo devido às brasas e focos não encontrados no rescaldo.
O último levantamento, feito nesta quinta-feira, é que as chamas atingiram área de 500 hectares. Como o avanço do fogo era lento, os animais se afastaram da área e nenhum foi encontrado morto ou ferido.
Também não há registro de prejuízo às chácaras, já que o fogo foi detectado na margem oposta onde ficam os deques das propriedades na área. Bonito fica em região de contato entre a mata atlântica e sudoeste do cerrado.
CALOR
A situação em Mato Grosso do Sul é considerada de risco por causa das altas temperaturas e baixa umidade que vão perdurar nos próximos dias. Em Corumbá, na região do Pantanal, os termômetros podem chegar a 42ºC na segunda-feira (25), conforme o Climatempo.
O coordenador estadual do PrevFogo, Márcio Yule, órgão ligado ao Ibama (Instituto Brasileiro Natural e de Recursos Renováveis), explica que o trabalho preventivo já começou em áreas sensíveis, como a Serra do Amolar, que faz parte do Pantanal, em Corumbá.
Yule diz que não há focos de calor, mas as equipes do PrevFogo e do IHP (Instituto Homem Pantaneiro) farão aceiros, faixas de terra livre de vegetação para barrar eventual incêndio, além de melhorar os acessos às comunidades ribeirinhas. Também foi levado veículo que contém tanque com capacidade para 250 litros de água.
O mesmo trabalho preventivo está sendo feito com brigadistas indígenas das aldeias de Aquidauana e Miranda, municípios da região pantaneira. Yule diz que há previsão da temperatura subir ainda mais nesta sexta-feira. "Está todo mundo de prontidão".
O trabalho preventivo é para que não se repita o que aconteceu em 2020. Entre agosto e novembro daquele ano, 3,909 milhões hectares do Pantanal foram consumidos por incêndios de grandes proporções, 26% da área total do bioma, segundo dados de monitoramento da Lasa (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais) do Rio de Janeiro.
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