SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A unidade de São Paulo da Avenues, escola que cobra cerca de R$ 15 mil de mensalidade, foi vendida para o grupo britânico Nord Anglia Education.
A informação foi confirmada aos pais dos alunos em um comunicado enviado nesta terça-feira (10) e divulgada inicialmente pelo colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo.
O valor da operação não foi divulgado. A unidade de Nova York da Avenues, a primeira a ser inagurada, também passará para o grupo britânico.
De acordo com o comunicado, assinado por Jeff Clark, presidente da Avenues, a Nordia Anglia é a maior organização de escolas internacionais do mundo. São, ao todo, 85 unidades que atendem mais de 80 mil alunos em 33 países.
O presidente da Avenues afirmou que a venda foi realizada porque "os obstáculos enfrentados nos últimos três anos, causados pela Covid e por mudanças nos mercados financeiros", dificultaram os planos da escola de ser um rede global com vários campi.
O comunicado cita que o grupo Nordia Anglia tem 30 escolas internacionais no continente americano e que, nas últimas duas décadas, mais de 60 escolas de elite foram compradas, entre o Collège Alpin Beau Soleil, instituição tradicional da Suíça, e o Oxford International College, a escola particular mais bem avaliada da Inglaterra.
No comunicado, Clark diz aos pais que a venda não mudará a rotina na escola e que será mantido no atual ano letivo o programa de intercâmbio que conecta os estudantes das quatro unidades da Avenues -Nova York, Vale do Silício (EUA), São Paulo e Shenzhen (China)-, além daqueles matriculadas em ensino a distância, chamado de Campus Online.
Será formado um grupo de gestores para fazer a transição da Avenues Nova York e da São Paulo para o Nord Anglia. As outras unidades não foram vendidas, mas o comunicado abre espaço para que elas também sejam negociadas no futuro.
"No momento, estamos avaliando opções estratégicas para os Campus Online, Shenzhen e Vale do Silício a partir de 2024-25, incluindo continuar operando como escolas independentes e fechar uma parceria com um parceiro financeiro ou estratégico."
A Avenues São Paulo funciona desde 2018, quando foi inaugurada em um prédio de 40 mil m2 no bairro do Morumbi (zona oeste da capital), com investimento de mais de US$ 50 milhões. Atualmente há 1.200 estudantes matriculados.
A escola faz testes de admissão para novos alunos. Há verificação do histórico escolar, prova de conhecimentos gerais e de inglês, além de entrevista com o estudante e com a família para verificar o grau de afinidade com "os valores da escola". Inglês é a língua oficial na Avenues, e apenas temas relacionados ao Brasil são ensinados em português.
Em 2021, a Avenues São Paulo se envolveu em uma polêmica ao tentar lançar, conforme a Folha de S.Paulo revelou, um ensino 100% online para alunos a partir do 4º ano do fundamental, com mensalidade de R$ 10 mil.
O projeto vinha na esteira do fechamento das escolas na pandemia. A Avenues, no entanto, recebeu ofício do Conselho Estadual de Educação exigindo esclarecimentos e reiterando que o ensino presencial é obrigatório na educação básica no Brasil.
Um outra controvérsia se deu no ano passado, quando Sonia Guajajara, do PSOL, então pré-candidata a deputada federal e atualmente ministra dos Povos Indígenas, deu uma palestra na Avenues São Paulo.
Ao falar de reforma agrária, ela foi criticada por um estudante, que disse: "Desculpe eu te falar isso. Isso é roubo de propriedade privada. Por favor, melhore". O aluno, por sua vez foi reprendido, em público, pelo professor que a havia convidado: "Quando você entender o que é ser uma pessoa desse tamanho, vai se lembrar desse dia com muita vergonha."
A Avenues São Paulo foi a segunda do grupo. A primeira, de Nova York, é de 2012.
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