BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) descartou uma intervenção federal no Rio de Janeiro, após a onda de ataques de milicianos, que queimaram ônibus e provocaram caos na capital fluminense.
Lula justificou a sua decisão acrescentando que não quer militar nas favelas, "brigando com bandido".
Lula participou nesta sexta-feira de um café da manhã com os jornalistas que cobrem a Presidência da República, no Palácio do Planalto.
O mandatário foi questionado sobre ações do governo federal para o Rio de Janeiro, para contribuir com o enfrentamento ao crime organizado. Lula então voltou a descartar uma intervenção federal nos moldes que já aconteceram no passado.
Disse que não será decretada uma nova GLO (Garantia da Lei e da Ordem), enquanto ele for presidente.
"Nesta semana, tive uma reunião com os três comandantes das Forças Armadas e com o companheiro [ministro da Defesa, José] Múcio para discutir uma participação dele no Rio de Janeiro. Eu não quero as Forças Armadas, sabe, na favela, brigando com bandido. Não é esse o papel das forças armadas. E, enquanto eu for presidente, não tem GLO", afirmou
Nesta segunda (23), ao menos 35 ônibus e um trem foram incendiados no Rio de Janeiro em uma resposta à morte de Matheus da Silva Rezende, o Faustão, um dos líderes da maior milícia do estado.
O governo desde então vem buscando uma forma de auxiliar o estado no combate ao crime organizado, sem ter chegado a um formato ideal.
Durante a sua transmissão ao vivo na internet, o Conversa com o Presidente, Lula já adiantou que pretendia enviar as Forças Armadas para atuar de maneira "estratégica". Efetivo da Aeronáutica e da Marinha, afirmou, seriam enviados para atuarem respectivamente em aeroportos e portos.
O presidente voltou a afirmar durante o café da manhã que vai empregar as Forças Armadas para essas funções.
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