RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Vizinhos do local no qual o soldado da Força Nacional Edmar Felipe Alves dos Santos, 36, foi morto na terça (28) afirmam que se surpreenderam com a violência na região. O caso aconteceu na rua Mario Barbedo, no bairro de Vila Valqueire, zona oeste do Rio de Janeiro.
Uma moradora que vive há 40 anos no local disse que pela primeira vez está insegura, já que até um agente de segurança foi morto. Ela, que pediu para não ter seu nome divulgado por temer represálias, afirmou também que os militares eram simpáticos com os vizinhos e alugaram uma casa na região.
Na residência, moravam 14 policiais militares de Alagoas, que estavam no Rio como parte do contingente da Força Nacional que atua na cidade. Um deles afirmou que o soldado morto estava de viagem marcada para a próxima semana, quando iria visitar a família.
Um outro morador da rua disse que instalou câmeras na residência. Por intermédio delas e de outras imagens da rua a polícia identificou o atirador como sendo Eduardo Santa Rita Carvalho, 24. Ele morava havia 20 dias em uma casa que ficava ao lado da residência onde estavam os militares.
Carvalho foi preso na tarde desta quarta (29), após se entregar na Polícia Federal. Ele chegou a ser condenado, em 2020, a seis anos de prisão pelo crime de roubo.
O morador disse ter ouvido os tiros que mataram o militar. Segundo ele, logo após os disparos, vizinhos saíram na rua para socorrer as vítimas --além do soldado morto, uma mulher foi baleada e segue continua internada.
Em um áudio, enviado por um dos militares do hospital, havia um pedido de apoio ao grupo. "Senhores, pelo amor de Deus. Teve um guerreiro baleado, quem estiver de folga, vem para cá. A gente está no hospital, está só eu e outro colega, mandem viatura, venham para cá".
A gravação foi mostrada por um dos militares da residência onde estão os agentes da Força Nacional. Ele não quis dar entrevista, mas disse que a vítima era calma e se voluntariou para o serviço, para fazer uma poupança.
Agentes da Força Nacional ganham R$ 381,14 por dia trabalhado, além do salário normal.
Outra vizinha disse que as brigas na casa do atirador eram constantes e que uma vez pensou em chamar a polícia. Ela disse que na noite de terça as discussões começaram no início da noite e chegou a ouvir pedidos de socorro da mulher, companheira de Carvalho.
Segundo a Polícia Militar de Alagoas, os policiais voluntários para a Força Nacional se apresentaram no dia 4 de outubro e foram para Brasília no dia 20 do mesmo mês, onde passaram por dois dias de nivelamento.
Depois, o grupo com os 31 agentes desembarcou no Rio, para atuar por 30 dias no reforço da segurança pública. À época, o secretário de Estado de Segurança Pública de Alagoas agradeceu aos militares por se oferecem para a missão.
"Eu quero agradecer à Polícia Militar de Alagoas pela vontade de servir que a corporação sempre demonstra. Eu recebi a solicitação do Secretário Nacional de Segurança Pública para o envio de efetivo para a Força Nacional, e de pronto a tropa se disponibilizou. Agradeço a cada um de vocês. Tenham uma boa missão", afirmou Flávio Saraiva, na ocasião.
O soldado morto estava na corporação alagoana desde 2020. A PM alagoana publicou uma nota de pesar.
"Em nome de toda tropa, o comandante-geral da Corporação, coronel Paulo Amorim, presta as mais sinceras condolências aos amigos e familiares, ao tempo em que coloca a instituição à disposição para o que se fizer necessário".
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