SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O plano de levar a sede do governo estadual para o centro de São Paulo prevê manter o Palácio dos Bandeirantes, na zona oeste da capital, apenas como residência oficial do governador. Já o gabinete de trabalho do mandatário será transferido para os Campos Elíseos, na região central, assim como diversos órgãos estaduais.

A informação foi confirmada pelo Governo de São Paulo e por um integrante da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos) envolvido nos detalhes do projeto. "O espaço vai abrigar as secretarias de estado, autarquias e empresas pública, além de um gabinete para despachos do governador", disse o governo estadual, em nota. "A residência oficial deve permanecer no Palácio dos Bandeirantes."

Internamente, a administração trata o plano como uma economia de espaço e de tempo de deslocamento. Hoje, boa parte dos secretários precisa atravessar a cidade para ir da sede das secretarias estaduais ao palácio e encontrar o governador.

Com o novo centro administrativo será necessário apenas "atravessar a praça", segundo um secretário estadual. A praça é a Princesa Isabel, transformada em parque em 2022. Desse ponto de vista, não faria sentido manter o gabinete do governador no Morumbi, a 12 quilômetros de distância da nova esplanada.

Outro argumento em defesa do projeto é que, hoje, a administração estadual está espalhada em 56 imóveis num total de 807 mil metros quadrados. O plano da gestão Tarcísio é concentrar o governo em um complexo de 320 mil metros quadrados de área construída -dos quais 288 mil metros quadrados seriam para escritórios de repartições públicas, e o restante para centros comerciais, restaurantes, estacionamentos, cinemas e outros serviços.

Quando divulgou os primeiros detalhes do plano, no ano passado, a gestão Tarcísio ainda não havia definido um destino para o Bandeirantes. Não estava descartado mantê-lo como residência oficial.

O choque urbanístico almejado pelo governo dependerá de um estudo de viabilidade que será encomendado à Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) e que ficará pronto em seis meses. Se a ideia for considerada viável, cerca de R$ 500 milhões devem ser pagos em desapropriações de imóveis nas cercanias.

Se a ideia sair do papel, devem permanecer como estão o Palácio dos Campos Elíseos -hoje sede do Museu das Favelas- e o gigante monumento ao Duque de Caxias. O terminal de ônibus será transferido.

Em frente ao palacete, haverá uma esplanada gramada de quase 400 metros de comprimento, ladeada pelas secretarias e outras sedes de órgãos estaduais, nos moldes da de Brasília. O governo abrirá concurso para escritórios de arquitetura proporem o projeto de construção do complexo.

A gestão estadual também faz uma analogia com o governo federal quando justifica a permanência do Bandeirantes como residência oficial, com a sede de governo no centro: em Brasília, isso também ocorre com os palácios do Alvorada e do Planalto.

O secretariado de Tarcísio hoje tem 24 secretarias estaduais e uma secretaria extraordinária, além da Casa Militar e Defesa Civil, da Controladoria-Geral do Estado e da Procuradoria-Geral. A previsão é que 27 órgãos sejam transferidos para o centro. O governo deve anunciar até o fim do mês mais detalhes do estudo.

"O objetivo é transformar a região central em um grande complexo da gestão estadual", diz a gestão estadual. "A expectativa é de ganho de eficiência e economia, aproximando os servidores e ampliando a integração entre os diversos órgãos do Governo."


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