RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - Trajados de roupas modestas, Gabriel Ancelmo, 24, e Jessica Lima, 27, abordam este repórter. Questionam um pouco sobre o que estou achando dos blocos e do Carnaval até que conseguem uma brecha para emendar uma fala sobre Jesus.

Membros da igreja One, o casal de pregadores segue diariamente pelos principais blocos do Rio de Janeiro tentando vender discurso religioso para foliões. São mais de 50 pregadores espalhados pela região centro e sul, sempre em grupos de dois ou três:

"Andar em grupo é mais respeitoso. Seria ruim ele [Gabriel] abordar uma mulher para pregar, ela poderia se sentir desconfortável", explica Jéssica.

O colega dela complementa: "É pra segurança também."

Esses grupos são refeitos todos os dias. Durante o Fervo da Lud a reportagem presenciou ao menos 3 casais abordando foliões meio à festividade.

O desafio de pregar na festa da carne não os incomoda, mas sim abastece. Os evangélicos do Carnaval acreditam que sua preparação é profundamente necessária neste momento e que quem não está disposto a ouvi-los é por conta das dores que tenta esconder.

"Estão aqui procurando uma alegria que não é verdadeira", reflete Jessica sobre os foliões.

A igreja One, que existe desde 2012, não paga passagem ou comida de seus pregadores. "É tudo voluntário, por amor a Deus", explica Gabriel.

Eles garantem que pregar é a diversão de Carnaval deles. Não cantam marchinha, só louvor.

A dupla não concedeu permissão para que a Folha os fotografassem.


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