BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O governo e o PT liberaram os senadores da base aliada durante a votação do projeto que aprovou nesta terça-feira (20) o fim das saídas temporárias de presos em datas comemorativas, as chamadas saidinhas.
A proposta, relatada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), foi aprovada por 62 votos a favor, 2 contrários e 1 abstenção. O texto agora voltará para a Câmara dos Deputados, onde foi aprovado em 2022 por 311 votos a favor e 98 contra.
O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), argumentou que não fazia sentido contrariar a orientação de todos os partidos da base aliada. Durante a sessão, nenhum senador discursou contra o projeto de lei --o líder do PT, Fabiano Contarato (ES), se manifestou a favor.
Dos 81 senadores, apenas Rogério Carvalho (PT-SE) e Cid Gomes (PSB-CE) votaram contra o projeto de lei. Wagner foi o único que se absteve durante a sessão.
Flávio Dino (PSB-MA), ex-ministro da Justiça e futuro ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), não participou da votação. Horas antes da votação, Dino fez seu último discurso na tribuna do Senado. A posse dele no STF está marcada para a próxima quinta-feira (22).
Os senadores petistas Humberto Costa (PT-PE), Teresa Leitão (PT-PE) e Paulo Paim (PT-RS) também não votaram, assim como o emedebista Marcelo Castro (MDB-PI) e o bolsonarista Wellington Fagundes (PL-MT).
O governo Lula (PT) ainda patina com a segurança pública, com ações desarticuladas e promessas não cumpridas durante a gestão de Dino.
Já o atual ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, teve a primeira crise no comando da pasta com apenas 13 dias no cargo após a fuga inédita de dois detentos na penitenciária federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte.
Ao longo de 2023, o governo se equilibrou em uma corda bamba na segurança que incluiu a defesa dos direitos humanos, acenos aos policiais militares e declarações sobre o enfrentamento ao crime organizado apontadas como desastradas e de viés bolsonarista.
A atuação na área foi alvo de conservadores, que reclamaram de leniência do governo, e também de progressistas, que viram prioridade na lógica de guerra às drogas.
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