RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) - A Delegacia de Homicídios da Capital tenta cumprir, nesta segunda (4), dois mandados de prisão contra suspeitos de terem envolvimento na morte do advogado Rodrigo Marinho Crespo, assassinado a tiros no centro do Rio de Janeiro, em 26 de fevereiro.
Segundo a investigação, o policial militar do 15º BPM (Duque de Caxias) Leandro Machado da Silva, e um homem identificado como Eduardo Sobreira Moraes, estão sendo procurados e já são considerados foragidos.
Em nota, a Polícia Militar informou que a corregedoria da corporação apoia a operação. Sobre o policial, disse que "o envolvido já estava afastado do serviço nas ruas, pois responde a um outro inquérito por participação em organização criminosa, tendo sido preso preventivamente em abril de 2021", disse.
A PM também afirmou que "já havia instaurado um Procedimento Administrativo Disciplinar em relação ao policial, que pode culminar com sua exclusão das fileiras da corporação".
A defesa de Moraes não foi localizada pela reportagem.
De acordo com a Polícia Civil, Moraes monitorou a vítima por dias antes do crime, inclusive o vigiou desde que saiu de casa, na Lagoa, zona sul do Rio. Para a vigilância, ele utilizou um carro gol branco similar ao utilizado no crime.
Já o policial militar teria sido o responsável por alugar os veículos usados no crime. Ele já foi investigado, de acordo com a polícia, por outro homicídio e por integrar grupo paramilitar com atuação em Duque de Caxias.
Ainda de acordo com investigadores, o policial seria segurança de parente de Luizinho Drumond, bicheiro morto em 2020 após um AVC (Acidente Vascular Cerebral). A polícia, no entanto, não confirma se esse parente é investigado pelo crime.
ADVOGADO FOI MORTO EM FRENTE À SEDE DA OAB
Crespo foi morto em frente à sede estadual da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), no centro do Rio. Ele estava na calçada da avenida Marechal Câmara quando foi atingido pelos disparos.
A polícia recolheu 18 cápsulas de projéteis de pistola calibre 9 mm no local do crime. Nada foi levado do advogado.
De acordo com a Polícia Civil, apenas a possibilidade de latrocínio está descartada. Os agentes apuram se a motivação do crime foi passional ou relacionada à atuação profissional do advogado, que era especialista em disputas empresariais.
O ataque ocorreu por volta das 17h, quando Crespo desceu do prédio em que funciona o escritório do qual era sócio, para fazer um lanche. Imagens de câmeras de segurança mostram quando um carro branco se aproxima do local, parando em fila dupla.
Na sequência, o autor dos disparos desce do veículo e caminha pela calçada na direção do advogado. Já bem perto de Crespo, o atirador o chama pelo nome e faz os primeiros disparos.
Depois de cair no chão, a vítima foi baleada mais vezes, até que o suspeito volta para o veículo que esperava de porta aberta e foge. Toda a ação dura menos de 15 segundos.
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