SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Três pessoas foram mortas e duas ficaram feridas em supostos confrontos com a Polícia Militar, ao longo desta sexta-feira (22), na Baixada Santista, o que eleva para 51 o número de mortes da Operação Verão. Duas dessas ações letais ocorreram em Santos, e uma delas, no Guarujá.
Conforme informações da Secretaria da Segurança Pública, um dos confrontos ocorreu no morro do Teteu, em Santos, quando um homem de 25 anos morreu e outro, de 47 anos, ficou ferido. Eles foram baleados após terem apontado armas na direção dos PMs, segundo a versão oficial apresentada pela equipe.
Ainda segundo o governo paulista, com os suspeitos foram apreendidas duas pistolas 9 mm, 917 porcões de drogas, cerca de R$ 2 mil (em espécie), anotações do trafico, rádios comunicadores e acessórios para celulares. A perícia foi acionada e o caso registrado no 5º DP (distrito policial) de Santos.
Também em Santos um rapaz de 21 anos foi morto após suposto confronto no bairro Soboó. Os PMs foram ao local, segundo a versão oficial, para verificar uma denúncia de tráfico de drogas. Na mesma ação, outro suspeito foi preso e terceiro ficou ferido, e levado para prisão posteriormente no hospital.
Foi apreendido um revólver calibre 357, rádios comunicadores, R$ 939 em dinheiro e uma mochila com 610 porções de drogas como cocaína e maconha.
A terceira ação letal ocorreu no bairro Santa Rosa, em Guarujá. Os PMs verificavam denúncia de tráfico drogas em uma casa e, por lá, teriam localizado um homem armado que teria resistido a ordem de prisão.
"Os PMs intervieram e o homem foi atingido. O socorro do SAMU foi acionado e constatou a morte no local. Os PMs apreenderam a arma que ele carregava, um carregador, uma submetralhadora e um tijolo de maconha", diz nota da polícia.
A primeira fase da Operação Verão começou em 18 de dezembro, com foco no reforço da segurança das cidades do litoral durante a alta temporada. Ela entrou em uma nova fase após a morte do soldado da Rota Samuel Wesley Cosmo, 35, no dia 2 de fevereiro.
Cosmo foi assassinado durante patrulhamento em uma favela de palafitas na periferia de Santos.
Após o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, dizer não reconhecer excessos por parte da PM, a Ouvidoria da Polícia disse ter encaminhado ao governo do estado 27 queixas de abusos na operação entre janeiro e fevereiro.
A gestão Tarcísio de Freitas declarou que todos os casos de mortes em confronto são rigorosamente investigados pela Polícia Civil e Militar, com acompanhamento do Ministério Público e Poder Judiciário.
Diante da violência que atinge a região, organizações de direitos humanos denunciaram na ONU as ações da PM no litoral. O governador chegou a dizer "não estar nem aí" para as possíveis denúncias de violações que foram apresentadas para o colegiado internacional.
A 3ª fase da Operação Verão permanece em andamento por tempo indeterminado, segundo a Secretaria da Segurança. Desde o início, 967 criminosos foram presos, incluindo 384 procurados pela Justiça, e 941 kgs de drogas foram apreendidos, afirma a pasta. Além disso, 103 armas ilegais, incluindo fuzis de uso restrito, foram recolhidas.
A pasta confirmou que foram 51 óbitos. "As mortes em confronto são resultado da reação violenta dos criminosos ao trabalho policial", diz.
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