SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Moradores da rua Paim, na Bela Vista, na região central de São Paulo, voltaram a ficar sem energia elétrica na manhã desta terça-feira (26). Toda a região tem enfrentado interrupção no fornecimento desde a última semana, quando apagões deixaram bairros sem luz por dias.
Geradores da Enel, concessionária de energia na capital, abasteciam os imóveis da rua Paim até esta manhã. Mas foram desligados sem aviso, segundo Carolina Gonçalves, 25, que vive num dos maiores prédios dali.
Em nota, a Enel diz estar fazendo a substituição de grupo de geradores e conectando os clientes da rua direto na rede elétrica, após a realização de reparos no local.
"O trabalho na rua Paim impacta clientes dessa rua e do entorno, como na rua Piauí, e será concluído nas próximas horas", completa o texto, sem dar previsão exata de quando a energia será restebelecida.
O morador Bruno Arcanjo, 33, diz que alguns condomínios da Paim começaram a ficar sem luz já na tarde desta segunda (25). Ele diz ainda que está sem água, pois a falta de energia desligou a bomba que abastece a caixa d'água do edifício em que mora.
"As pessoas estão gastando com água mineral para poder tomar banho, lavar louça. O maior prédio da rua Paim está com uso limitado dos elevadores. São quase 30 andares. É surreal", diz.
HISTÓRICO DE PROBLEMAS
Na última semana, a falta de energia elétrica na região central de São Paulo prejudicou comerciantes, afetou o abastecimento de água e deixou pacientes sem atendimento em hospitais como a Santa Casa. O problema ocorreu, segundo a Enel, após a Sabesp romper um cabo subterrâneo durante obra. A companhia de água nega que tenha causado o problema.
A situação também provocou o cancelamento de eventos como espetáculos teatrais e lançamento de livros e deixou no escuro prédios icônicos e turísticos como o Copan e o edifício Itália.
O prefeito Ricardo Nunes (MDB) então anunciou, na noite de sábado (23), que fez uma representação contra a Enel no TCU (Tribunal de Contas da União) e na Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) para pedir a rescisão do contrato com a concessionária.
"Ninguém aguenta mais a Enel", disse Nunes. "Diante da ineficiência intolerável, agi novamente, representando junto à Aneel e ao TCU."
O modelo de concessão impede a gestão municipal de intervir, o que cabe aos órgãos federais.
"Não podemos continuar à mercê de um serviço tão deficiente. Exigimos a garantia de um serviço de qualidade, um direito básico", completou o prefeito.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, determinou, na terça (19) que a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) faça uma apuração "célere e rígida" dos fatos que causaram o apagão na região central de São Paulo.
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