BELÉM, PA (FOLHAPRESS) - No primeiro dia da COP30, que começou nesta segunda (10), um temporal causou transtornos em Belém. A chuva alagou algumas áreas da cúpula climática da ONU, como o corredor que liga os pavilhões dos países ao espaço de refeições.

O mesmo aconteceu na calçada de acesso para os pontos de ônibus na saída do Parque da Cidade, sede do evento.

Enquanto os agentes de mobilidade da COP impediam a passagem dos participantes, eles diziam que não era possível passar pela poça. "Bem-vindo a Belém", disse um dos agentes ao ouvir a reclamação sobre o alagamento.

Também houve problemas nas áreas cobertas. Em uma entrevista coletiva por volta das 15h, o alto comissário do Acnur, a agência da ONU para refugiados, Filipo Grandi, reclamou que não conseguia escutar as perguntas da imprensa devido ao barulho da chuva. Formado por tendas, o espaço não consegue abafar o som dos temporais.

A abertura da conferência também foi marcada por longas filas nos espaços de alimentação. A reportagem observou pessoas comendo sentadas no chão por conta da falta de cadeiras na zona azul, o espaço oficial da cúpula.

Alguns pavilhões, como são chamados os estandes das nações e entidades participantes da COP30, ainda estavam em obras nesta segunda-feira. Muitos dos espaços tinham equipamentos eletrônicos, como televisores, ainda dentro de caixas. Em outros, a própria montagem da estrutura estava em andamento.

Pavilhões de países registraram problemas técnicos na manhã e no início da tarde. O espaço no qual as nações realizam palestras e apresentações ficou sem energia em algumas tomadas.

Alguns eventos, portanto, tiveram de ser realizados sem microfone e sem o uso de projetores, o que atrapalhou que os presentes acompanhassem os debates.

O ar-condicionado também apresentou problemas. Leques, para aplacar o calor, viraram brindes disputados no primeiro dia do evento. A Folha registrou diversos participantes recorrendo ao acessório para amenizar as temperaturas dentro do espaços fechados.

Incêndio

No final da manhã, um incêndio dentro do Aeroporto Internacional de Belém atingiu uma área onde estavam materiais utilizados na reforma do espaço, segundo o Corpo de Bombeiros Militar do Pará. Vídeos mostrando as labaredas e uma grande nuvem de fumaça preta circularam nas redes sociais.

Ainda de acordo com o Corpo de Bombeiros, o fogo foi controlado e as equipes de socorro atuaram no local para evitar a propagação das chamas.

A Norte da Amazônia Airports (NOA), concessionária do aeroporto, afirmou que "acionou imediatamente o Serviço de Salvamento e Combate a Incêndio (SESCINC) do aeroporto e o Corpo de Bombeiros Militar após identificar um foco de incêndio nas imediações do terminal de passageiros".

Segundo a NOA, o incêndio aconteceu em área que integra o complexo aeroportuário e as causas estão sendo apuradas. "A situação foi rapidamente controlada, sem riscos às pessoas e sem qualquer impacto às operações do aeroporto."

Engarrafamento e protestos

Já no Parque da Cidade, sede da COP30, o início da tarde foi marcado por trânsito lento e vários pontos com engarrafamento no entorno. Motoristas comentam que o trânsito em Belém tem momentos de congestionamento, mas nada similar ao que viram no primeiro dia da conferência.

Um grupo de ativistas da Caravana Sul-Americana, que reúne representantes de povos indígenas do México e de diversos países da América Latina, realizou um protesto em frente à sede da COP30.

Com gritos de ordem e faixas, os manifestantes pediram mais espaço para as vozes dos povos originários nas negociações climáticas e criticaram o que chamaram de discursos vazios na conferência.

O protesto contou com alguns participantes deitados em frente ao letreiro da COP30 simulando cadáveres e chamou atenção da massa de participantes que chega ao primeiro dia do evento.