SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O MPSC (Ministério Público de Santa Catarina) requisitou a reabertura do inquérito policial que apurou as causas da queda de um balão em Praia Grande, no Sul catarinense, que matou oito pessoas em junho.

O MPSC pediu a reabertura das investigações após o primeiro inquérito policial do caso se encerrar sem nenhum indiciamento. O UOL apurou que o órgão requisitou novas diligências, incluindo a reprodução simulada da queda em, no máximo, 20 dias.

A Polícia Civil informou que vai realizar as novas diligências requisitadas pelo MPSC, inclusive a reconstituição da queda. Novos laudos periciais e novos depoimentos também são aguardados pelo Ministério Público.

O UOL tentou contato com o MPSC por telefone e email para entender detalhes do pedido para a reabertura das investigações. Caso haja retorno, este texto será atualizado.

Pedido de reabertura de inquérito vem à tona no mesmo dia que delegado que investigou o caso foi exonerado. O delegado Rafael Gomes de Chiara, responsável pela conclusão do inquérito que não indiciou ninguém pela queda do balão.

Antigo delegado que tocou inquérito sem indiciamentos citou "retaliação" após ser exonerado da função na Polícia Civil catarinense.Agora, o posto de delegado de Santa Rosa do Sul, onde a queda foi apurada, é de André Coltro. "Não cedeu às pressões e se recusou a indiciar pessoas sem fundamento jurídico", disse Franciele Kuhnen, advogada de Chiara.

Governo de Santa Catarina listou dois processos administrativos diferentes como motivadores da demissão, ambos do ano de 2022. Um deles é referente ao uso inadequado de um carro apreendido pela polícia e outro sobre críticas públicas que o delegado teria feito à Corregedoria da Polícia Civil.

FIM DA INVESTIGAÇÃO SEM INDICIAMENTOS

Para a polícia não ficou provada a existência de conduta humana que tenha causado o incêndio no voo que culminou na queda. O inquérito policial foi concluído sem indiciamento e divulgado nesta terça-feira (11).

Polícia Civil ouviu mais de 20 pessoas na investigação. Entre os ouvidos estavam testemunhas, sobreviventes, piloto, representante dos fabricantes de balão e do extintor que estava presente no voo.

O conjunto de provas também não foi capaz de concluir que houve crime, segundo a polícia. Além dos envolvidos no episódio, laudos periciais, de necropsia e até análise de um óculos de sol inteligente com gravação do momento do incidente foram colhidos e analisados.

Conclusão do inquérito foi enviada ao MPSC (Ministério Público de Santa Catarina). A Promotoria de Justiça analisou o inquérito e decidiu por requisitar uma nova apuração.

OITO PESSOAS MORRERAM

O balão caiu com 21 pessoas a bordo.Oito pessoas acabaram morrendo e 13 sobreviveram.

O voo era operado pela empresa Sobrevoar. O balão decolou em 21 de junho, feriado de Corpus Christi, e caiu poucos minutos após a decolagem após um incêndio começar dentro do cesto.

Os que morreram na queda não conseguiram saltar no início do incêndio. Ao perceber o fogo, o piloto teria conseguido baixar o balão e, ao se aproximar do solo, ele ordenou que as pessoas pulassem e saltou do balão com elas, disse o responsável pela delegacia de Praia Grande, Tiago Luiz Lemos, ao UOL na época do caso.

Alguns passageiros, porém, não conseguiram deixar o balão que, mais leve, alçou voo. No ar, quatro pessoas pularam e quatro morreram carbonizadas. Queimado, o balão caiu na comunidade de Cachoeira do Bom Jesus, em Praia Grande.