SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) afirmou que a cracolândia não existe mais na capital paulista. Segundo ele, existem situações pontuais de consumo de drogas no centro da cidade.

"Quando a gente fala que acabou a cracolândia é porque aquele cenário que a gente tinha de venda e uso de drogas ostensivo, de território livre, isso não tem mais mesmo, é só ir lá no centro e ver", disse nesta quinta-feira (13).

Ao ser questionado sobre a pulverização de usuários de drogas em outras regiões do centro de São Paulo, Tarcísio disse: "Sempre aconteceu e vai continuar acontecendo, como em qualquer grande centro".

Ele disse ainda que o governo seguirá com uma série de ações sobre o tema. "Sempre vai ter gente consumindo droga na rua, porque esse é um problema social. Mas a gente vai cuidar de todos eles."

A gestão Tarcísio diz que houve o fim do fluxo, como é chamada a aglomeração de usuários. Já a prefeitura, comandada por Ricardo Nunes (MDB), adota um tom mais moderado, classificando o fenômeno como esvaziamento.

O vice-governador de São Paulo, Felício Ramuth (PSD), também falou que o fluxo acabou, em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo. "A Cracolândia acabou e não voltará", afirmou.

A fala do governador acontece após uma reportagem da Folha de S.Paulo mostrar que usuários de drogas resistem na região da cracolândia e chegam ao Memorial da América Latina.

De dia é comum ver usuários perambulando com cachimbos nas mãos. À noite, as chamas da queima do crack deixam claro que ainda há resistência a buscar cracolândias na periferia, mesmo com abordagens a todo momento por parte da Polícia Militar e da Guarda Civil Metropolitana para impedir tentativas de reagrupamento.

Na noite de segunda-feira (10) e durante toda a terça-feira (11), cerca de 30 pessoas estavam sentadas e em pé na calçada rente ao muro do Memorial da América Latina, na avenida Pacaembu, na Barra Funda, zona oeste. A aglomeração está próxima de um terminal de ônibus e de estações de trem e do metrô.

Ali havia um pequeno comércio de droga. Também era possível comprar cachimbo para o uso de crack, exposto sobre uma caixa. Outros produtos também eram comercializados, como bebidas e brinquedos, formando uma rotina já conhecida.