SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Polícia Civil de São Paulo fez operação na manhã desta quinta-feira (4) contra quadrilha investigada por lavar dinheiro do PCC. Foram cumpridos 48 mandados de busca e apreensão contra os membros do crime organizado, e R$ 6 bilhões foram bloqueados pela Justiça, de acordo com o Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais).

A Operação Falso Mercúrio empregou cem policiais na capital paulista e na Grande São Paulo.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, a Justiça determinou o bloqueio de 49 imóveis, no valor de R$ 170 milhões, três embarcações e 257 veículos, avaliados em R$ 42 milhões, que estão registrados nos nomes dos suspeitos.

Porém, os seis mandados de prisão não foram cumpridos porque nenhum dos alvos foram encontrados em seus endereços.

"Não muda nada na nossa investigação. Nós tivemos uma primeira fase da operação, os advogados presumiriam a deflagração dessa segunda fase, e isso só demonstra mais ainda o dolo desses indivíduos de não estarem nos locais onde são comumente encontrados. Mas eles não vão conseguir fugir", disse Artur Dian, delegado-geral.

Ao menos 20 pessoas físicas e 37 jurídicas tiveram as contas bloqueadas por ordem judicial.

Investigações realizadas pela 3ª Delegacia de Investigações Gerais apontam a montagem de uma estrutura de lavagem de dinheiro de crimes como tráfico de drogas, estelionato e jogos de azar.

A rede, de acordo com a polícia, atuava em três núcleos: coletores, responsáveis por arrecadar o dinheiro; intermediários, encarregados de movimentar e ocultar os recursos; e beneficiários finais, que recebiam o dinheiro já "lavado".

Segundo a investigação, o esquema tinha 49 empresas de diversos setores, incluindo padarias, adegas, concessionárias e fintechs, usadas para esconder a origem dos valores.

"É uma das maiores operações deflagradas pela Polícia Civil contra a lavagem de capitais. Os envolvidos no crime viviam uma vida de luxo e conseguiam milhões com a atividade ilícita. Hoje nós avançamos contra essa rede criminosa", disse o secretário de Segurança Pública, Osvaldo Nico Gonçalves, que acompanhou a saída das equipes no início da manhã.

Segundo o delegado Ronaldo Sayeg, do Deic, essa é a maior investigação patrimonial e financeira realizada pelo departamento.

"Seguimos a diretriz de descapitalizar o crime organizado e recuperar ativos. Essa operação simboliza isso em razão do número de imóveis e bens que estão bloqueados e restritos", afirmou.

Segundo o delegado, o maior sucesso da operação são os bloqueios financeiros, que asfixiam o crime organizado.