SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Polícia Civil investiga uma ocorrência envolvendo um policial militar baleado pelo filho de um guarda-civil municipal no final da noite desta quinta-feira (4) em Mauá, na Grande São Paulo.

O soldador Sandro Moreira Rodrigues, 29, tomou a arma do policial militar Vinicius Freitas Werte Silva, 26, e atirou contra ele em uma rua do Jardim São José, de acordo com a Polícia Militar.

Segundo a PM, Silva, que está internado em estado estável após passar por cirurgia, teria tentado interferir em uma briga entre Rodrigues e a namorada. A corporação afirmou que o autor dos tiros possui antecedente por violência doméstica.

Em nota, a SSP (Secretaria da Segurança Pública) disse que a Corregedoria da PM acompanha as investigações.

Em depoimento, Rodrigues relatou que, após retornar de uma adega com a namorada, estacionou o carro em frente à sua residência. Instantes depois, Silva se aproximou pelo lado do motorista.

Ainda segundo a versão de Rodrigues, o policial, que estava armado, teria entrado repentinamente no veículo. Nesse instante a mulher deixou o automóvel e correu.

Rodrigues afirmou que conseguiu desarmar Silva e atirou contra ele. O soldador relatou que, até aquele momento, não sabia se tratar de um policial militar.

Também de acordo com o depoimento, Rodrigues entrou em contato com o pai, que é guarda-civil municipal. Na delegacia, o soldador afirmou que em nenhum momento houve anúncio de roubo e que, durante a briga, teria escutado o policial dizer "vou te matar".

Guardas-civis municipais disseram ter sido acionados para atender uma ocorrência de tentativa de roubo contra o filho de um colega. No endereço, encontraram Silva ferido e caído no asfalto, e Rodrigues, com uma arma. Os GCMs constataram que a arma pertencia à Polícia Militar do Estado de São Paulo.

Uma viatura da PM chegou ao local. Policiais tentaram ficar com a pistola e teve início uma confusão, com discussão e briga. Uma GCM explicou na delegacia ter sido empurrada e caído no chão. Versão semelhante foi apresentada por um PM, que também disse ter sido agredido.

Silva, que trabalha na unidade da Força Tática do 30º Batalhão da Polícia Militar, com sede em Mauá, foi levado para o Hospital Nardine.

A arma e as munições foram apreendidas. Após ouvir os envolvidos, o delegado Octavio Correa Trovilho resolveu registrar o caso como lesão corporal e legítima defesa.

"Em relação ao embate entre os agentes da GCM e da PM, a GCM envolvida foi encaminhada ao IML para exame de corpo de delito, cujo laudo apontou ausência de lesões. Diante disso, constata-se que o desentendimento decorreu do contexto tenso da ocorrência, sem resultado lesivo concreto e sem indicação, neste momento, de conduta típica a ser atribuída criminalmente", diz trecho do boletim de ocorrência.

Em nota, a Prefeitura de Mauá disse que reitera sua plena confiança na atuação técnica, responsável e protocolar da Guarda Civil Municipal, que preservou a área até a chegada da Polícia Científica e continua colaborando de forma integral com a investigação.

"Eventuais divergências ocorridas durante o atendimento serão tratadas nos canais adequados, com serenidade, responsabilidade e cooperação entre as instituições. O compromisso da Prefeitura de Mauá é com a transparência, o devido processo legal e a segurança de todos".