SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ato Mulheres Vivas começou por volta das 14h neste domingo (7) em frente ao Masp. Os manifestantes ocupam, até o momento, o quarteirão inteiro da avenida, que está com o trecho fechado para carros. O grupo protesta contra a violência sofrida pelas mulheres em São Paulo e no país, especialmente diante dos casos de feminicídio que marcaram os últimos dias.

A maioria do público é formada por mulheres, mas há também muitos homens e crianças.

A ativista Lívia La Gatto fez um discurso no carro de som agradecendo aos homens presentes no ato. "Vocês são a cura, obrigada por estarem aqui".

Em seguida, Priscila Magrin, mãe de Nicolly, vítima de feminicídio aos 15 anos, discursou, levando muitos presentes às lágrimas.

"Sou a mãe da Nicolly, de 15 anos, vítima de feminicídio. Se ela não estivesse morta, estaria aqui com a gente, lutando. Ela foi brutalmente assassinada e esquartejada, os pedaços dela foram jogados no lago pelo namorado e pela ex-namorada dele, ambos menores de idade. Eles faziam parte de grupos extremistas da internet", afirmou a mãe.

Em 2025, o número de feminicídios na capital paulista chegou a 53 casos, o maior da série histórica --o recorde acontece mesmo com dois meses ainda para terminar o ano. Em 2024, foram 51 casos de feminicídio de janeiro a dezembro, até então o maior número já registrado.

De acordo com um levantamento do Instituto Sou da Paz, a capital paulista foi o cenário de 1 a cada 4 feminicídios consumados no estado. Na comparação dos dez primeiros meses de 2025 com o mesmo período do ano passado, a alta é de 23% na cidade. Em relação a 2023, o crescimento foi de 71%.

Os dados reforçam a tendência histórica da violência contra a mulher: a maioria dos casos ocorre dentro de casa (67%) e as vítimas são assassinadas com armas brancas ou objetos contundentes --instrumentos usados em mais da metade dos crimes no estado.